O presidente do PS, Carlos César, destacou hoje as “qualidades intelectuais” e a “solidez” das convicções do antigo presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores Álvaro Monjardino, que morreu na sexta-feira, aos 94 anos.

Na sua página na rede social Facebook, o antigo presidente do Governo dos Açores destaca que “as suas qualidades intelectuais, a autonomia e solidez das suas convicções e o seu entendimento político próprio distinguiam-no dos demais e trouxeram-lhe, inclusive, dificuldades no partido a que esteve ligado no início do seu percurso político.”.

“Guardo as melhores recordações do nosso relacionamento e da ajuda que nunca me recusou em várias ocasiões, incluindo em assuntos que me ocupavam e preocupavam quando presidi ao Governo dos Açores”, afirma Carlos César.

Álvaro Monjardino nasceu em 06 de outubro de 1930, na freguesia da Conceição, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e morreu na sua terra natal.

Licenciado em Direito, foi filiado no PSD e exerceu vários cargos políticos, como deputado à Assembleia Legislativa Regional na I e II legislaturas (pelo círculo eleitoral da Graciosa) e na III legislatura (pelo círculo eleitoral da Terceira), tendo sido eleito presidente do parlamento açoriano nas duas primeiras legislaturas (1976/1978 e 1979/1984).

Foi ainda vogal da Junta Regional dos Açores, na área da Coordenação Económica e Finanças, e ocupou o cargo de ministro-adjunto do primeiro-ministro no IV Governo Constitucional, chefiado por Carlos Mota Pinto (1978-1979).

Álvaro Monjardino foi também presidente da direção do Instituto Histórico da Ilha Terceira (1984-1999), sócio correspondente da Academia Portuguesa de História e um dos “principais obreiros” do processo que levou à classificação do centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo como Património da Humanidade na lista da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês).

Em 03 de setembro de 2021, por ocasião das comemorações dos 45 anos da autonomia regional, foi homenageado pela Assembleia Legislativa na inauguração da biblioteca do parlamento açoriano – designada desde essa data por Biblioteca Álvaro Monjardino -, numa cerimónia presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O velório teve início hoje na igreja da Misericórdia de Angra do Heroísmo e o funeral decorre no domingo, às 10:00 locais, informou a família.

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