Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

O verão é um período difícil para muitas profissões. Por economia de meios, vamos subtrair à afirmação todos aqueles trabalhos exigentes, sobretudo no plano físico, que se tornam quase insuportáveis por entre tanto calor e, no nosso caso, humidade. Se excluirmos tais áreas e respetivos profissionais, ainda assim, sobra um leque amplo e variado de atividades que no estio dão calor pela barba. Fixemo-nos, pois, em dois grupos, não necessariamente profissionais, a saber jornalistas e políticos (ainda que haja gente que se tornou e seja profissional do exercício de cargos públicos).

Não é por acaso que alguém, com todo o propósito, tratou de denominar o período estival de “silly season”, qualquer coisa como a estação tonta, ou melhor dizendo, da tontaria. Mas com estas coisas da inteligência artificial, uma pequena pesquisa sobre a expressão logo nos devolve um resultado, em brasileiro, que é mais comedido nos termos, mas verdadeiramente substantivo, dizendo tratar-se da “escassez de notícias”.

Ora, é precisamente essa falta de assunto que gera uma espécie de desatino corporativo. Diria mais, falta principalmente de público para aturar certo tipo de gente, por entre festivais, churrascos, toda a sorte de banhos, chinelo nos pés e t-shirt a preceito. Daí os políticos tudo fazerem como prova de vida, para não mergulhar no purgatório da indiferença, enquanto os jornalistas levam a criatividade ao limite, na vã esperança de reportarem para além de festejos e putativas curiosidades que, na verdade, já não surpreendem ninguém. Venha o frio. Poucos se arrependerão.

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