O presidente do PS/Açores defendeu hoje um “investimento a sério” no transporte coletivo de passageiros, que deve ser um “serviço público tendencialmente gratuito”, mas que atualmente “funciona mal” porque foi “abandonado” pelo Governo Regional.

“Temos de investir a sério com dinheiro do orçamento da região e com fundos europeus no transporte público de passageiros, não podemos olhar com olhávamos há cerca de 15 ou 20 anos”, defendeu Francisco César.

O líder dos socialistas açorianos falava aos jornalistas, em Ponta Delgada, após uma reunião Sindicato dos Profissionais dos Transportes, Turismo e Outros Serviços de São Miguel e Santa Maria.

Para Francisco César, o transporte coletivo de passageiros deve ser encarado como um “serviço público tendencialmente gratuito”.

Por outro lado, acrescentou, “não estão garantidas as condições” para que o ano letivo arranque com transporte escolar devido à falta de motoristas ou de condições dos autocarros.

“O transporte coletivo de passageiros, que vai ter um concurso lançado em breve quer em São Miguel, quer na Terceira, funciona mal. Funciona mal porque não funciona numa lógica apenas de serviço aos passageiros e aos turistas. Os autocarros muitas vezes não são aqueles que estão melhor vocacionados para esta função”, salientou.

O socialista lamentou a existência de passes na região com um “valor de cerca de 70 a 80 euros, quando aquilo que se vê no continente ou na Madeira” são os transportes ficarem “gratuitos ou com valores reduzidos”.

“Alguém que trabalha na Lagoa sabe que, através do transporte coletivo de passageiros, que não funciona como um serviço público, não consegue trabalhar na Ribeira Grande. Se há alguém que está ao fim de semana na Povoação, sabe que não consegue visitar um familiar no hospital durante esse dia”, exemplificou.

O presidente do PS/Açores argumentou, por outro lado, que as paragens na ilha de São Miguel não devem ficar “todas concentradas na avenida marginal” em Ponta Delgada, levando a que as “pessoas nem saibam que autocarros devem apanhar”.

Contudo, continuou, a construção de uma central de autocarros em Ponta Delgada não deve ser responsabilidade exclusiva da Câmara Municipal e deve existir uma intervenção do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM).

“Talvez seja bom o governo perceber que no transporte público de passageiros tem algumas responsabilidades no nível de ele próprio avançar com uma central de camionagem. Se temos uma central que serve toda a ilha, talvez não seja apenas responsabilidade da Câmara Municipal” de Ponta Delgada, afirmou.

 

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