Os Jogos Olímpicos representam uma oportunidade única para Portugal mostrar o seu talento no contexto internacional. Em Paris, aquilo que os portugueses esperam é que, até ao final da competição, os atletas nacionais demonstrem todo o seu talento, força, e espírito de sacrifício. A participação nos Jogos é sempre aguardada com um entusiasmo assinalável e, evento após evento, os portugueses renovam a esperança na conquista das tão desejadas medalhas olímpicas.

Este tipo de eventos proporcionam uma espécie de comunhão entre atletas e cidadãos nacionais naquilo que diz respeito à expressão da identidade nacional, na prossecução de um objetivo comum. Quando acompanhada de sucesso e de medalhas, a participação nos Jogos Olímpicos cria um sentimento de orgulho e até de união nacional, sendo estes momentos relembrados por anos, visto que marcam, de forma indelével, a História do desporto nacional.

Mas será que a ambição nacional em alcançar medalhas corresponde àquilo que os atletas poderão também eles almejar? É certo que a esperança é a última a morrer, contudo, um país com pouca cultura desportiva e com pouco investimento nas modalidades, terá sempre imensas dificuldades em garantir bons resultados.

Nas escolas, deve incentivar-se a prática de desporto com medidas concretas e não fazer precisamente o contrário, através do desprezo pela Educação Física. Os jovens portugueses têm, como é sabido por todos, cargas horárias excessivas, pelo que o tempo para a prática de desporto é reduzido. Não é de quatro em quatro anos que devemos refletir acerca das infraestruturas de que os nossos atletas dispõem. Não é de quatro em quatro anos que se vai pensar apostar no desenvolvimento das diversas modalidades.

Os incentivos ao desporto desempenham um papel vital no desenvolvimento de atletas de alto nível e no sucesso de um país numa grande competição internacional. O apoio sistemático ao desporto, nas suas diversas vertentes, desde a base até à competição de elite é vital para cultivar e captar talento, proporcionar treino adequado e garantir que os atletas estão preparados para as competições. É preciso repensar os centros de treino e instalações desportivas em Portugal. É preciso criar programas de deteção de talentos nas diversas modalidades. É preciso dar especial atenção e incentivos a eventos escolares e universitários, desde logo com enfoque nas bolsas de estudo e subsídios para o efeito.

No que diz respeito à política, é indispensável criar políticas concretas de incentivo ao desporto, não só através de campanhas que reflitam a importância da atividade desportiva, mas também garantir o acesso a equipamentos e instalações adequadas à prática de atividade física. Todos estes tipos de incentivos e tantos outros, poderão ser fundamentais em questões como o melhor desempenho e respetivos resultados, na redução de lesões e no aumento da moral e da motivação dos atletas. Aliar a prática desportiva às infraestruturas, ao desenvolvimento de talento, ao apoio financeiro, médico e científico é uma forma concreta e objetiva de garantir mais oportunidades aos atletas portugueses no paradigma internacional.

Através de incentivos bem estruturados, Portugal pode continuar a cultivar campeões e alcançar grandes feitos nos Jogos Olímpicos e em outras competições de prestígio.

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