Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

Tem pouco para aprender o novo líder socialista. Não conhece outro modo de vida – dezasseis anos ininterruptos de cargos públicos fazem de Francisco César um profissional da política. E isso releva para o que aí vem. Fosse inexperiente nestas lides e dar-lhe-íamos o benefício da dúvida nos tempos mais próximos. Precisaria de conhecer o partido, os militantes, os mais influentes e os menos desejáveis, os disponíveis para trabalhar e os que querem atrapalhar, os sinceros e os bajuladores.

Francisco dispensa tudo isso. Repito, herdou um partido que verdadeiramente nunca tinha saído da família, com o que isso tem de bom e de mau. Está, portanto, sujeito ao julgamento mesmo antes da posse formal em congresso e da constituição da respetiva equipa. Aliás, dispõe-se a esse escrutínio quando sentencia publicamente a vida regional. Nunca o deixou de fazer, é verdade, mas o que diz agora ou omite tem outro significado, que vai além da prova de vida. A alternativa faz-se com posição firme e clara, para que o cidadão eleitor perceba ao que vem.

Nestas dinâmicas da política, é uso dizer-se que o futuro será diferente – sobretudo, novas propostas, talvez outros protagonistas, uma ou outra novidade, uma maneira diferente de fazer política, mais séria, sustentada em estudos, blá, blá, blá. A cartilha é religiosamente repetida cada vez que muda o dono da cadeira. E Francisco não fugiu à regra.

Mas o novo PS em tudo é igual ao velho, ainda não se libertou do ressabiamento por ter perdido a governação. Faltar à apresentação do hospital modular é uma birrinha feia…

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