Os trabalhadores de terra da SATA iniciam quarta-feira uma greve ao trabalho suplementar, admitindo endurecer a luta salarial na empresa de aviação dos Açores, anunciou hoje o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC).

“O SINTAC convocou para o dia 24 de julho o início de greve ao trabalho suplementar, mas, face à negligência dos negociadores da SATA, certamente mandatados pelo CA [conselho de administração], já está a planear uma greve com maiores impactos, de vários dias a tempo inteiro, durante agosto e setembro”, segundo um comunicado do sindicato hoje divulgado.

No início de julho, o SINTAC revelou que os trabalhadores de terra da SATA estariam em greve ao trabalho suplementar, a partir de 24 de julho, contra o “tratamento discriminatório” pela empresa de aviação dos Açores, considerando “inaceitável” que a revisão salarial não seja “equitativamente” distribuída por todos os trabalhadores.

Hoje, numa nota de imprensa, o SINTAC informa que numa reunião de apresentação do novo Conselho de Administração (CA) foram apresentadas novamente as reivindicações dos associados, nomeadamente no que diz respeito à atualização salarial de todas as carreiras, “com valores em linha com o que já foi negociado com as estruturas sindicais para os trabalhadores de voo”, mas a companhia aérea “não se aproximou, até hoje” da proposta sindical.

“A SATA não se aproximou, até hoje, da proposta do SINTAC, nem parece interessada em mitigar os problemas da desigualdade salarial criados por si, alegando que precisa de paz social para trabalhar, mas fazendo o caminho contrário, promovendo a desigualdade e a parcialidade negocial”, critica o Sindicato.

Para o SINTAC, a greve ao trabalho suplementar, já marcada antes da nomeação deste CA, “resulta da incapacidade negocial” da anterior administração e da “injustiça criada com a disparidade de aumentos salariais entre os trabalhadores de terra e os de voo”, da SATA.

“Espera-se que o atual CA perceba, a tempo, que tem de adotar uma gestão justa das relações laborais, que perceba que os bons resultados laborais só existem se existir paz social e que a paz só existe quando há igualdade de tratamento”, defende o SINTAC, que acusa a empresa de “uma clara tentativa de divisão dos trabalhadores de terra, explorando o medo e a incerteza”.

O SINTAC acusa ainda a SATA de levar a cabo “medidas extemporâneas, sem a necessária ponderação” e de “cunho autoritário”, que “não vão resolver nenhum problema”, mas “antes agudizar”.

O Sindicato revelou ainda que durante o período de greve serão assegurados os serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral, entre os quais voos-ambulância, casos de perigo de vida e de emergência médica, voos militares, voos de Estado, nacional ou estrangeiro, e voos de caráter humanitário.

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