Há coisas que de tão repetidas tendem a substituir a realidade, com pouca gente tratando de apurar a veracidade de tais teses. Ditas por gente com responsabilidade (e não necessariamente responsável no e pelo que diz) essas sentenças credibilizam-se precisamente na repetição, passando a suportar argumentos a favor de interesses particulares.
Talvez seja o caso do impacto da redução das viagens da Ryanair no chamado “inverno IATA”, sensivelmente o período que vai de novembro a março.
Entendamo-nos: nunca é desejável a redução da atividade de uma companhia aérea, mais ainda se com as caraterísticas da low cost irlandesa. Mas isso não pode justificar a construção de uma realidade paralela, apenas por convir a determinados setores ou agentes, sejam políticos, empresariais ou outros.
O insuspeito relatório da Inspeção Geral de Finanças, sobre o subsídio social de mobilidade, apresenta números que deviam ser mais ponderados pelos intervenientes. Reportando-se a 2023, e, portanto, sem incluir dados relativos aos meses de janeiro a março do corrente ano, o documento é perentório a desconstruir o argumento de muita gente. No caso das operações que tiveram por destino e origem a Terceira foram transportados mais 31.662 passageiros, em relação ao ano imediatamente anterior. Já para S. Miguel, e também nos trajetos de Porto e Lisboa, o crescimento ultrapassou os 191 mil passageiros.
Aliás, tudo isto se conjuga com a evolução do número de hóspedes, dormidas e proveitos do alojamento turístico – sempre o melhor ano de sempre.
Se há dores, são de crescimento.