O número de internamentos por covid-19 nos Açores diminuiu em julho, segundo o executivo açoriano, mas o Hospital da Ilha Terceira voltou a impor o uso obrigatório de máscara nas visitas aos utentes.
“Nas últimas semanas, a evolução do número de internamentos nos três hospitais tem sido tendencialmente decrescente”, adiantou à Lusa, por escrito, fonte oficial da Secretaria Regional da Saúde e Segurança Social dos Açores.
Segundo os dados da tutela, em 12 de junho, estavam internados com covid-19 nos Açores 20 utentes, quatro no Hospital da Horta (HH) e 16 em várias unidades de saúde da ilha de São Miguel, onde estão a funcionar os serviços do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) de Ponta Delgada, afetado por um incêndio em maio.
Em 17 de junho, estavam internadas 20 pessoas na região, mas o número baixou para 19 na semana seguinte e para 14 em 01 de julho.
Os dados mais recentes, de 08 de julho, registavam nove doentes internados, um no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), dois no HH e seis na ilha de São Miguel.
Apesar de, neste período, o número mais elevado de internamentos no HSEIT, ter sido de cinco (01 de julho), o hospital decidiu voltar a impor o uso obrigatório de máscara nas visitas aos utentes.
“Torna-se obrigatória a utilização de máscaras por visitantes e acompanhantes significativos de doentes internados. Recomenda-se também, nesta fase de maior incidência, o uso de máscara por todos os utentes que recorram ao serviço de urgência geral”, lê-se numa publicação na página da rede social Facebook do HSEIT, partilhada na segunda-feira.
Na mesma publicação, o hospital justifica a necessidade de “atualização das medidas de prevenção e controlo da infeção”, atendendo à “apresentação clínica heterogénea da infeção por SARS-CoV-2, cuja evolução depende da modulação do risco individual de doença grave” e à “importância epidemiológica das medidas que reduzem a transmissão do vírus”.
A Lusa procurou obter mais esclarecimentos junto do HSEIT, mas a diretora clínica não se mostrou disponível para prestar declarações.
Questionada sobre se outras unidades de saúde poderiam adotar estas medidas e sobre quais as recomendações da Direção Regional da Saúde, a tutela respondeu apenas que essas recomendações, “que se mantém em vigor, constam no Portal do Governo dos Açores”.
Segundo a Secretaria Regional da Saúde, tendo em conta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a covid-19 como doença endémica, em maio de 2023, “a monitorização do número de casos de covid-19 não tem sido realizada de forma tão minuciosa como durante a época pandémica, uma vez que a notificação deixou de ser obrigatória”.
Ainda assim, de acordo com os dados disponíveis, existiam 27 casos ativos na região em 01 de julho, todos na ilha de São Miguel, mais 17 do que no dia 01 de junho.
O número mais elevado registado em 2024, ocorreu em 01 de janeiro, com 33 casos ativos, todos em São Miguel.
A tutela assegurou que a Direção Regional da Saúde tem estado a acompanhar a situação epidemiológica em Portugal, em articulação com a Direção-Geral da Saúde (DGS), que registou “26 casos a sete dias por 100.000 habitantes a 30 de junho de 2024, apresentando uma tendência crescente”, valor “inferior ao pico de incidência do último verão de 42 casos por 100.000 habitantes”.
No dia 03 de julho, a secretária regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, apelou à população para tomar medidas de prevenção, mas rejeitou uma “situação anormal” na tendência de infeções na região.
“Como governante, aquilo que apelo é que as pessoas cumpram as medidas que foram instituídas na altura da pandemia”, afirmou Mónica Seidi, à margem de uma reunião com a Ordem dos Enfermeiros, em Ponta Delgada.
“Tudo o resto caberá à direção regional acompanhar e monitorizar e, depois, ponderar se for necessário tomar outro tipo de atitudes”, acrescentou.