O governo açoriano pretende concluir o projeto de requalificação do Hospital Divino Espírito Santo (HDES) até final do ano e anunciou a criação de uma comissão independente para produzir um relatório “detalhado” sobre a origem incêndio.

“Irei propor, através de uma resolução do Conselho do Governo, uma comissão técnica e independente e isenta para produzir um relatório técnico detalhado”, anunciou a secretária da Saúde e Segurança Social.

Mónica Seidi, que falava em conferência de imprensa em Ponta Delgada, adiantou que o executivo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) também vai também solicitar uma auditoria da avaliação do combate ao incêndio de 04 de maio que deixou o maior hospital dos Açores inoperacional.

“Não tenho dúvida de que os nossos bombeiros prestaram um serviço exemplar, mas uma vez que é suscitada uma questão relativamente, não à avaliação do desempenho, mas à eficiência do mesmo, em articulação com o serviço Proteção Civil, iremos pedir uma auditoria da avaliação de desempenho”, revelou.

A secretária da Saúde reiterou, por outro lado, que o incêndio no hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, teve origem “ao nível de uma bateria de correção de fator de potência ou bateria de condensadores”.

Na quinta-feira, em declarações à Antena 1, o autor do relatório técnico sobre as causas do incêndio no HDES, João Mota Vieira, desmentiu o executivo regional ao afirmar que o incidente não teve origem nas baterias de condensadores.

A governante realçou também que o relatório do grupo de trabalho sobre o incêndio no HDES já foi submetido à Assembleia Regional, rejeitando as acusações de falta de transparência lançadas pelo PS na quinta-feira.

“O Governo Regional não esperou, esteve a recolher elementos”, justificou, especificando que o documento inclui a análise da situação de resposta aos cuidados de saúde em situação de calamidade, o relatório de incêndio feito pelos bombeiros, a avaliação estrutural realizada ao bloco C4 do HDES e o relatório de prejuízos do incidente.

A secretária regional destacou ainda que vai ser realizado um programa funcional, que vai construir uma “visão estratégica” para o HDES orientada para um “horizonte temporal de 30 anos”.

O programa será feito por um “conjunto de especialistas”, com contributos dos profissionais de saúde, e vai ser entregue até final do mês outubro.

Só depois de o programa funcional estar “bem definido” é que o projeto de requalificação do hospital vai ser elaborado, afirmou.

“Gostaríamos que fosse antes disso [do final do ano]. O que não queremos é fazer as coisas à pressa, reconhecendo que temos urgência no sentido de avançar o quanto antes com o projeto de arquitetura”, declarou.

Mónica Seidi disse também que o futuro do HDES vai ser caracterizado pela “reparação, reorganização e redimensionamento”, mas realçou que a “retoma gradual, programada e faseada do funcionamento da atividade clínica” vai “observar sempre aos princípios de precaução e segurança”.

Segundo disse, relativamente os custos decorrentes do incêndio, cerca de oito milhões foram identificados pelo HDES, enquanto o hospital modular vai custar cerca de 11,9 milhões (sem IVA).

“Já foram inspecionados todos os quadros elétricos do hospital tendo sido identificada a necessidade de substituição em 31% dos equipamentos existentes, prevendo-se que esse trabalho fique concluído até final do julho”, acrescentou.

 

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