Ontem terminou a Semana de Luta promovida pela CGTP. Por toda a Região, em dezenas de ações, centenas de trabalhadores exigiram melhores salários, emprego estável e combate às desigualdades. As contas aumentam, a produtividade aumenta, os juros aumentam, os lucros das grandes empresas aumentam aos milhões de cada vez, e aumenta também a sua fuga aos impostos, à conta de perdões fiscais milionários e de fugas desses capitais para paraísos fiscais, onde rendimentos milionários têm taxas inferiores ao salário médio regional. Tudo aumenta, menos os rendimentos do trabalho! E, quando aumentam, é sempre muito abaixo da riqueza que criam. Sim, que criam, porque é o trabalho que produz a riqueza e, consequentemente, permite os lucros. Por isso mesmo, o salário não é um custo e devia ser a justa compensação pelo trabalho realizado. Devia ser, mas não é e, por isso mesmo, cada vez mais trabalhadores têm dois ou até três trabalhos, fazem horas extra ou usam as férias para equilibrar o seu orçamento. E foi esta injustiça que centenas de milhares de trabalhadores dos Açores e de todo o país recusaram, com a voz que a CGTP lhes dá!

Mais longe de nós, terminaram os maus tratos a Julien Assange, preso há 12 anos. O seu crime? Denunciar, com documentos oficiais e secretos, as mentiras das guerras do Afeganistão e do Iraque. Era demais para que os interesses económicos e geoestratégicos, com destaque para a indústria da guerra, aceitassem. Esta foi uma prisão política, com condições desumanas. Privar alguém da sua liberdade e do seu tempo com a família, apenas porque revelou a verdade, mostra bem as mentiras por trás de muitas falsas preocupações com a democracia e os direitos humanos. Esta foi também uma perseguição à liberdade de expressão e de imprensa!

À primeira vista, estes dois assuntos nada têm de comum. Mas têm: o liberalismo político e económico que nos é imposto é o responsável pela pobreza e pela guerra, sempre justificados por histórias mal contadas. Porém, estes acontecimentos mostram que esse poder económico perdeu a sua capacidade de outros tempos, para travar a vontade da Humanidade!

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