O presidente da Câmara do Corvo, que hoje assinala o dia do município, apontou “a falta de habitação” como “um grande problema” na mais pequena ilha dos Açores, lembrando que há mais de 70 casas que podem ser reabilitadas.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal do Corvo (a única da ilha), José Manuel Silva (PS), sustentou que a “falta de habitação” afeta os corvinos e quem se desloca para trabalhar na ilha do Corvo, que se depara com dificuldades para encontrar uma habitação.
“Os jovens casais vão tentando resolver o problema. Mas, há efetivamente um problema de habitação, porque temos cada vez mais pessoas de fora a virem para o Corvo”, que tem cerca de 400 habitantes, vincou José Manuel Silva.
Segundo o autarca, o problema está relacionando com “a falta de habitação reabilitada”, porque “existem casas devolutas” que podem ser recuperadas.
José Manuel Silva recordou que havia um projeto, no âmbito da iniciativa Ecomuseu, que visava a reabilitação da zona antiga da Vila do Corvo.
“Fizemos o levantamento das casas devolutas. E na zona antiga existem 76 habitações que têm projetos já prontos e é só entregar na câmara para emissão de alvará. A reabilitação destas 76 casas resolveria de certeza o problema da população”, considerou o autarca à Lusa.
A falta de empresas de construção para assegurar a reabilitação das habitações é outro dos problemas assinalado pelo presidente da Câmara, que preconiza também a necessidade de construção de mais uma bacia de retenção para abastecimento à população, a juntar a outras duas já existentes.
Por outro lado, José Manuel Silva sublinhou que está quase concluída a reabilitação dos espaços públicos da zona antiga do centro histórico, realizada com recurso a fundos comunitários, mas lamentou que o mesmo não tenha ocorrido com “o núcleo antigo classificado de Vila do Corvo”.
“A Câmara vai comprar três edifícios para recuperá-los, um é destinado ao mercado municipal, outro para incubadora de empresas e outro para centro de artes. Mas, uma aqui, outra acolá não faz a diferença. E acho que o nosso núcleo antigo classificado de Vila do Corvo merecia estar recuperado e, ao mesmo tempo, colmataria os problemas de habitação que temos”.
O Corvo assinala hoje o dia do município com o descerramento de uma placa em homenagem ao Príncipe Alberto I do Mónaco e às suas visitas à ilha, pelas 19:00 locais (20:00 em Lisboa), no Largo da Cancela.
Do programa consta ainda a apresentação, no salão nobre dos Paços do Município, pelo investigador João Saramago, do livro “O Príncipe Albert I do Mónaco e a ilha do Corvo”, às 19:30 locais (20:30 em Lisboa).
Já pelas 20:30 locais (21:30 em Lisboa) atuará, no Jardim Municipal, o músico Bruno Bettencourt, dos Myrica Faya, num concerto a solo de viola terceirense.