Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

Não há duas sem três e o ditado confirmou-se. Sem dotes de adivinhação, tinha vaticinado aqui o desfecho dos atos eleitorais deste início do ano. Tudo era previsível e dificilmente poderia tomar outro rumo. De fevereiro a junho Vasco Cordeiro somou três derrotas, sempre por diferenças significativas, não conseguindo sequer acompanhar a tendência nacional da escassa vitória socialista nas eleições europeias deste domingo.

O calendário político foi-lhe adverso, há que reconhecer. Mas também é bom lembrar que os Açores foram para eleições antecipadas por culpa exclusiva do PS. E perdido o embate principal, o resto veio por arrastamento – entenda-se, a derrota nas eleições nacionais e europeias. É caso para dizer que a criatura se virou contra o criador, obrigando o dr. Vasco a arrastar-se penosamente na liderança de um partido que já não era seu e que já não o queria para futuro como presidente.

Repito o que escrevi noutro momento, Cordeiro foi uma espécie de regente na dinastia César. Embora republicano, no PS/Açores a transição de poder faz-se por sucessão, de pai para filho, com a comprovação de que o sucedâneo é sempre pior do que o original. Aliás, o mimetismo é perfeito, praticamente decalcado, coincidindo até no exercício do comentário político, franqueadas que lhe foram as portas do canal público de televisão regional. Vai se lá acreditar em coincidências…

As eleições autárquicas estão ali ao virar da esquina do tempo e também elas sentenciam miseráveis lideranças. A história alheia nunca é desprezível. E tende a repetir-se entre a fraca gente.

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