Cerca de 13 mil sopas deverão ser servidas nas Festas do Espírito Santo de Ponta Delgada, de 11 a 14 de julho, uma iniciativa “do povo para o povo”, segundo o presidente do município, Pedro Nascimento Cabral.
O autarca, que falava hoje na Câmara Municipal de Ponta Delgada no âmbito da conferência de imprensa de apresentação do programa da 21.ª edição, declarou que as festas “representam uma manifestação muito importante do que é a identidade do povo dos Açores”.
“São as festas do povo para o povo, com um sentimento muito grande da partilha, da solidariedade, honrando uma tradição secular que nos foi transmitida pelos nossos antepassados”, declarou Pedro Nascimento Cabral.
A iniciativa está este ano orçada em cerca de 240 mil euros.
De acordo com o programa das festas, no dia 11 de julho (quinta-feira) será apresentado um livro sobre o Divino Espírito Santo em Ponta Delgada e Alenquer, havendo ainda lugar para uma conferência sobre este culto pelo padre Carlos Ferreira, diretor do Colégio Universitário Pio XII, em Lisboa.
No dia seguinte (sexta-feira) haverá a mudança da bandeira do Divino Espírito Santo, sendo que no sábado das festividades decorrem a distribuição de pensões (cabazes alimentares) pelas instituições particulares de solidariedade social (IPSS), a partilha das sopas para cerca de 13 mil pessoas na via pública, o cortejo etnográfico e um concerto da cantora Ágata.
No dia 14 de julho, domingo, realizam-se a missa da coroação e a coroação dos Impérios do Espírito Santo do concelho de Ponta Delgada.
A autarquia vai entretanto, apresentar uma candidatura ao selo de qualidade ambiental da Secretaria Regional do Ambiente.
As Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada mobilizam milhares de pessoas nas diferentes freguesias do concelho, agregando centenas de voluntários que se envolvem na sua logística.
Estas festas celebradas em todas as ilhas do arquipélago, com uma vertente religiosa e outra profana, realizam-se todos os anos no sétimo domingo depois da Páscoa, ou seja, no domingo de Pentecostes.
De acordo com os dados históricos disponíveis, as celebrações foram instituídas em Alenquer (distrito de Lisboa) pela rainha Santa Isabel e o seu marido, o rei D. Dinis, em 1321, e espalharam-se com especial destaque para os Açores, onde permanecem vivas e associadas ao Dia da Região Autónoma.
Incluídas na tradição estão as tradicionais sopas distribuídas a título gratuito pela população, como símbolo de solidariedade e partilha.