A extensão da rede de fibra ótica em São Jorge, Açores, agora concretizada, permite acabar “com uma grave assimetria ao nível da conectividade digital na ilha” há “pelo menos duas décadas”, destacou hoje o vice-presidente do Governo Regional.

“Três anos e meio. Este foi o tempo de que este governo precisou para resolver uma situação que se prolongava há pelo menos duas décadas e que representava uma grave assimetria ao nível da conectividade digital na ilha de São Jorge”, sustentou Artur Lima, no âmbito da iniciativa “Conectando São Jorge”, na Câmara Municipal da Calheta, segundo nota divulgada pelo executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM).

No evento promovido pela Altice e que contou com o diretor da Altice nos Açores, Luís Cabral, e com o diretor técnico da Altice nos Açores, João Moura, o vice-presidente sublinhou que a extensão da rede de fibra ótica “é fundamental no combate aos fenómenos de dupla insularidade e à infoexclusão”.

Permite ainda melhorar o acesso aos serviços públicos e à competitividade da ilha “como um todo, conferindo-lhe uma maior coesão interna, e também com o arquipélago e o mundo”, realçou o vice-presidente do Governo açoriano, que tutela a área das comunicações.

Citado na nota de imprensa, Artur Lima acrescentou: “sinalizamos hoje aqui, na ilha de São Jorge, um virar de página importante no futuro desta ilha e, como tal, do nosso arquipélago como um todo”.

Artur Lima valorizou a extensão da rede de fibra ótica em São Jorge, por forma a chegar à zona do Topo, num “legítimo anseio dos jorgenses, consecutivamente reclamado pelo Conselho de Ilha ao longo dos anos”.

“Esta autoestrada digital tem também impacto na melhoria do desempenho das redes móveis, uma vez que as estações que suportam a rede móvel passam a dispor de maior capacidade, refletindo-se em maior rapidez e largura de banda disponíveis. Esta é ainda uma infraestrutura de transporte da informação que beneficia todos os operadores de telecomunicações”, acrescentou.

Por outro lado, recordou que o Governo dos Açores já desenvolveu “contactos com o novo Ministro das Infraestruturas e da Habitação”, manifestando “preocupação e a urgência na constituição de um grupo de trabalho, previsto desde 2019 e que não foi criado até agora, que possa emanar um conjunto de recomendações técnicas relativas à substituição do anel de cabos submarinos interilhas, em fase de fim de vida útil e cuja substituição é da responsabilidade da República”.

Artur Lima referiu que “os Açores têm muitas questões a colocar” no âmbito desse grupo de trabalho, por forma “a evitar os erros cometidos no passado e a garantir que os benefícios” do novo anel Atlantic CAM [Continente – Açores – Madeira] cheguem “a todas as ilhas”.

“Não vamos admitir mais atrasos neste processo que se deveria ter iniciado em 2020, mas que só em março deste ano se iniciou”, vincou.

O Governo dos Açores, sinalizou Artur Lima, “não encerra aqui as suas preocupações e os seus esforços ao nível da conectividade digital dentro das ilhas e entre elas, e de cada uma das ilhas com o resto do mundo”.

Artur Lima referiu também que se aguardam nesta fase a apresentação de propostas, no âmbito do concurso público para cobertura das chamadas ‘zonas brancas’, num investimento pelo FEDER através do PO Açores 2030, e cujo valor base é de 949.500,00 euros.

“Com este investimento vamos garantir o acesso a fibra ótica em todos os lares dos Açores. Não basta termos redes de transporte em fibra ótica, como aquela que nos trouxe aqui hoje. Essas são fundamentais para que se desenvolvam depois as redes de acesso local, as quais vão garantir uma capacidade de dados de, pelo menos, 1Gbps (giga bit por segundo) em cada lar açoriano”, sublinhou.

PUB