O candidato às eleições europeias pela lista nacional da AD–Aliança Democrática, Paulo do Nascimento Cabral, aposta “nuns Açores cada vez mais bem posicionados na Transição Verde, numa mudança ecológica eficaz, com plena utilização das energias renováveis disponíveis e obedecendo a todos os trâmites da descarbonização”.
O social-democrata falava durante uma visita à Graciólica, central de energia na Ilha Graciosa, onde quis frisar que “é possível, e isso confirma-se com os dados desta Central, que nos mostram que mais de 1/3 dos dias do ano, aqui na Ilha graciosa, são abastecidos por energia renovável. Viemos aqui reforçar que é possível”, afirmou.
O candidato lembrou que, “com este trabalho, já se pouparam mais de 10 milhões de litros de combustível fóssil, evitando-se as respetivas emissões carbónicas, sendo injetados menos 2 milhões de litros de combustível na Central térmica”.
“Isso mostra-nos uns Açores bem posicionados para a Transição Verde”, referiu, frisando que “uma das nossas propostas é pedir à Comissão Europeia uma Estratégia Europeia para a Geotermia, mas aqui já temos a plena utilização das energias eólica e solar, com bons resultados”.
Para Paulo do Nascimento Cabral, “é muito importante que estes projetos na área das energias renováveis tenham também aceitação social, para que as pessoas percebam a real valorização que os mesmos criam no seu dia-a-dia, na redução dos custos com a eletricidade ou com a energia”.
Como tal, lembrou também a dimensão da Estratégia Europeia para o Hidrogénio Verde, “que é hidrogénio que se produz a partir de fontes renováveis como as que acabamos de ver [energia eólica, energia solar], que nos garantem a produção de um gás de alta qualidade, que serve principalmente para as indústrias com consumo intensivo de energia, reduzindo naturalmente o consumo de combustíveis fósseis”.
“O Hidrogénio Verde é uma área de futuro, de grande aposta por parte da Comissão Europeia, em que também devemos apostar, pois temos condições excepcionais para tal, beneficiando desde os pequenos consumidores até às grandes indústrias”, explicou.
Paulo do Nascimento Cabral recordou igualmente o seu trabalho “na Reforma do Mercado Europeu de Eletricidade, feita no âmbito da invasão russa à Ucrânia, quando a União Europeia teve de se autonomizar do ponto de vista energético, que tem metas muito ambiciosas”.
“Mas cabe-nos também conseguir aqui uma autossuficiência energética, garantindo a produção de energia, especialmente de fonte renovável, num reforço do bom trabalho que está a ser feito”, disse.
No âmbito da Reforma do Mercado Europeu de Eletricidade, “em cujas negociações pude participar, conseguiu-se que os mecanismos de Capacidade, como é o caso das baterias, também pelo serviço que prestam na estabilização das redes, também sejam valorizados e remunerados”.
“Tudo porque sabemos da intermitência de produção das energias renováveis, e as baterias, como temos aqui na Graciólica, são o melhor mecanismo disponível para conseguir esse equilíbrio”, confirmou.
“Consegue-se assim uma rede estável, e naturalmente um serviço que tem de ser remunerado. Estas centrais de baterias, como também existe na Terceira e futuramente haverá em São Miguel, são essenciais para a Transição Verde, de que os Açores precisam, numa economia descarbonizada, fazendo ver às pessoas que o que estão a consumir tem cada vez menos impacto no meio ambiente”, esclareceu o social-democrata.
Ciente de que, “podemos alcançar uma boa vitória no próximo dia 9”, Paulo do Nascimento Cabral garantiu que “toda esta experiência que eu trago, não apenas na área da Energia, mas nas negociações daqueles que têm sido os principais dossiers associados aos Açores como Região Ultraperiférica, será um processo para continuar, defendendo os nossos interesses e alertado para as nossas especificidades
“Esta caminhada que já fiz, de mais de 13 anos, nas instituições europeias, quer no Parlamento Europeu quer agora no Conselho Europeu, é uma valia acrescida para a defesa dos Açores, especialmente junto da Comissão Europeia, onde a experiência conta muito para uma ação imediata”.
“Que tem de acontecer mal formos eleitos, garantindo, no Quadro Financeiro Plurianual Pós-27, na Reforma da PAC, da Política Comum de Pescas ou de todos os regulamentos de emergência da área da Energia, o melhor possível na proteção e promoção dos interesses açorianos”, concluiu” o candidato.