A presidente do conselho de administração do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) afirmou hoje que os custos para a maior unidade de saúde dos Açores funcionar, na sequência do incêndio, “é um valor que vai ser constantemente revisto”.

Na quarta-feira a secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, adiantou, no parlamento açoriano, que a estimativa preliminar de custos para a maior unidade de saúde dos Açores, em Ponta Delgada, funcionar este ano é de 24,306 milhões de euros.

Hoje, numa conferência de imprensa no hospital, Manuela Gomes de Menezes disse que não é possível dar ainda uma estimativa de custos, porque “todos os dias surgem situações diferentes”, relacionadas com “despesas provenientes da continuidade da laboração” do hospital.

“Estes 24 milhões que foram apresentados no sábado à nossa tutela é um valor que vai ser constantemente revisto. Naquele sábado foram 24 milhões. Hoje já não são 24 milhões”, afirmou a presidente do conselho de administração do Hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

A responsável explicou que, devido ao incêndio ocorrido no dia 04 de maio, que o deixou sem atividade e obrigou à transferência de todos os doentes, o hospital está divido por “seis instituições de saúde e com colaboradores também divididos” por aquelas unidades, tendo sido necessário criar um sistema de transporte para os trabalhadores.

“E, como tal, os custos são muito mais elevados pelo facto de estarmos dispersos”, acrescentou, sinalizando despesas que advêm da alimentação dos doentes e maiores deslocações, trabalhos de limpeza nos edifícios, sobrecustos com alimentação, porque a cozinha “ardeu por completo”, assim como “um aumento considerável” de consumo de material cirúrgico, e despesas com lavagem da roupa hospitalar, ao nível de telecomunicações e vigilância.

Para assegurar férias e folgas dos colaboradores foi necessário criar “uma bolsa de técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, médicos e enfermeiros para garantir a laboração e a continuidade dos cuidados assistenciais dos doentes”, acrescentou.

“A mensagem que é importante passar é a de que estamos completamente dispersos e, por esse facto, estes custos vão ser sempre dinâmicos. No final de maio vai ter outro valor. Em junho muito provavelmente terá outro valor, mas isto já faz parte”, vincou a responsável.

Manuela Gomes de Menezes acrescentou que, desde o dia do incêndio, o hospital criou “um centro de custos” para conseguir contabilizar os danos causados pelo sinistro e “todos os custos que decorrem da operação que foi necessário montar para assegurar a atividade assistencial aos doentes”.

Segundo aquela responsável, ainda prosseguem os trabalhos de averiguação das causas do incêndio.

No entanto, adiantou, já foi concluída a instalação de dois postos de transformação que asseguram o abastecimento de energia de “modo fiável e seguro” à zona nascente e sul e poente do edifício.

Ainda no decurso da próxima semana deverá ser concluída a finalização da instalação de um terceiro e último posto de transformação, que permitirá o abastecimento de energia à remanescente parte do edifício – zona norte.

A presidente do conselho de administração do HDES indicou ainda que prosseguem “a um ritmo eficaz” os trabalhos de limpeza profunda do hospital, os testes a equipamentos, testes e limpeza das condutas de ar e sistema de ar condicionado, assim como ao sistema de gases medicinais.

Todos os serviços não clínicos estão a laborar, em regime presencial, no edifício, desde quarta-feira, nomeadamente os serviços de recursos humanos, informática, financeiros, aprovisionamento, gestão de doentes, cedência de informação clínica, gabinete do utente, serviço social, deslocação de doentes, gestão do risco, serviços gerais, hoteleiros e jurídicos, entre outros.

Manuela Gomes de Menezes revelou também que a lavandaria “retomou a atividade em pleno na quinta-feira, estando assegurada a lavagem diária de 4,5 toneladas de roupa hospitalar e fardamento”.

Na próxima semana após ser terminada a limpeza da central de esterilização serão realizados, por técnicos especializados, testes com vista à avaliação e testagem daquela central.

Ainda segundo a responsável, além dos cuidados clínicos estão também a ser prestados “uma série de cuidados complementares relevantes” como apoio psicológico, social e espiritual aos utentes e famílias.

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