O relvado do Estádio de São Miguel foi hoje invadido por centenas de adeptos, que celebraram em comunhão com jogadores e técnicos o título do Santa Clara, após a entrega da taça de campeão da II Liga de futebol.
“É um grande dia para os Açores. É um título muito justo para o Santa Clara. Os jogadores estiveram muito bem e o treinador soube tirar proveito da equipa. Estão todos de parabéns”, confessou à agência Lusa João Borges, vestido com a camisola do conjunto açoriano, no meio da confusão da festa.
O adepto de 21 anos foi um dos que invadiram o relvado para celebrar com os jogadores, equipa técnica e dirigentes o segundo título da II Liga do Santa Clara, conseguido após o triunfo por 2-0 frente à União de Leiria.
Vídeo não editado – José Araújo
Entre abraços aos jogadores e fotografias com adeptos, o treinador Vasco Matos considerou que o sucesso do clube se deveu ao “trabalho, consistência e regularidade” da equipa.
“Eu acreditava muito naquilo que são as nossas ideias. Sabíamos que vínhamos para um projeto com um objetivo claramente definido, mas também sabíamos que tínhamos capacidade e uma humildade de trabalho muito grande. Nunca pensei muito neste dia. Pensei sempre dia a dia”, afirmou.
Vasco Matos lembrou ainda as dificuldades quando chegou aos Açores, uma vez que o grupo estava “muito descrente”, e mostrou vontade de continuar à frente do Santa Clara.
“Fizemos um grande trabalho. Gosto muito de estar aqui. Conseguimos unir o povo açoriano ao clube e temos de dar continuidade a isso. A exigência vai aumentar e nós temos de nos preparar para uma liga mais forte, mas tudo a seu tempo”, destacou.
O presidente da SAD também confirmou que o Santa Clara pretende continuar a ter Vasco Matos como treinador, expressando o desejo de que o técnico “fique muitos anos nos Açores”.
“A união do grupo fez a diferença. Todos os grupos campeões geralmente são assim. São grupos unidos, de pessoas dedicadas, e esse não foge ao exemplo”, realçou Bruno Vincintin.
Já o capitão Paulo Henrique, um dos mais solicitados pelos adeptos, apontou o “caráter do grupo” como o “segredo” para o título.
“É um sentimento indescritível, depois de uma época muito difícil para nós o ano passado. Por esta altura estávamos a descer de divisão com uma angústia enorme. Eu particularmente porque nunca imaginei descer com o clube da minha formação e do meu coração”.
E acrescentou: “Hoje é o culminar de um trabalho excelente durante a época. Nós merecemos. Fomos os mais regulares. Fizemos um grande trabalho. Merecemos estar aqui a festejar”.
Ao lado do capitão, a jovem adepta Rita Marques, de 15 anos, fez um apelo aos jogadores açorianos.
“Foi um grande campeonato. Muito merecido. Agora para a próxima época continuem a jogar assim para o Santa Clara ter o sucesso que merece”.
O Santa Clara conquistou hoje a II Liga portuguesa de futebol pela segunda vez, depois do triunfo em 2000/01, ao somar 73 pontos, após vencer em casa a União de Leiria, por 2-0, na 34.ª e última jornada.
Uma semana depois de ter assegurado o regresso ao principal escalão do futebol nacional, os açorianos venceram os leirienses, em Ponta Delgada, com golos de Pedro Ferreira, aos 63 minutos, e Bruno Almeida, aos 80, assegurando o título, sucedendo ao Moreirense no historial.