O PS/Açores defendeu hoje a divulgação do relatório preliminar sobre a origem do incêndio que no sábado atingiu o hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, por considerar que “é importante esclarecer alguns rumores”.
“É importante que nesta fase seja garantido o acesso à informação disponível. Se já existir algum relatório preliminar, relatório técnico, que esse relatório seja divulgado, até porque é importante esclarecer alguns rumores”, afirmou Carlos Silva, deputado regional e membro do secretariado do PS açoriano.
O Hospital Divino Espírito Santo (HDES) ficou com danos devido ao incêndio de sábado, que obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais da Madeira, Açores e continente.
Carlos Silva, que falava aos jornalistas no final de uma reunião do grupo parlamentar com a direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada, no âmbito das jornadas parlamentares centradas na análise e discussão das propostas de Plano e Orçamento Regional para 2024, disse que têm surgido alguns rumores “sobre alertas que existiam nos últimos meses para problemas de manutenção, ou falta de manutenção”, na unidade de saúde afetada pelas chamas.
“É exatamente por isso que é importante divulgar algum relatório técnico que já exista, mesmo preliminar, para esclarecer esses rumores, porque isso também não é bom”, defendeu, insistindo que “não é bom que circulem boatos e rumores sobre este tipo de acontecimentos”.
Além disso, acrescentou, há a necessidade de “reforçar rotinas, reforçar o esclarecimento, de haver uma maior coordenação entre todas as entidades envolvidas, desde o Governo Regional, desde o hospital, profissionais de saúde, corporações de bombeiros, autarquias”, pois “todos os que possam ajudar a mitigar os problemas que existem neste momento devem estar envolvidos e devem participar na solução”.
Relativamente aos prazos para um eventual regresso à normalidade, já que é “um problema que se vai arrastar durante largos meses”, Carlos Silva considerou importante assegurar que a informação prestada seja a “mais rigorosa possível”, até para se ter em conta a gestão de expectativas.
“A demora que isso vai acarretar já tem e vai ter grandes implicações para o normal funcionamento do hospital e para o normal acesso aos cuidados de saúde e essa é uma dificuldade acrescida”, admitiu.
Reconhecendo que o momento é “particularmente difícil” para a região depois do incêndio, o socialista defendeu que a prioridade agora é “tentar recuperar a normalidade possível” e destacou o trabalho que tem sido feito pelos profissionais de saúde e por todas as entidades envolvidas, incluindo os bombeiros.
No sábado, quando deflagrou o incêndio, estavam no HDES 333 doentes, dos quais 240 tiveram de ser transferidos.
Os doentes mais críticos e graves foram transferidos para o hospital da CUF (Lagoa) e os restantes para centros de saúde.
Além do HDES, existem nos Açores dois hospitais, nas ilhas Terceira (Angra do Heroísmo) e Faial (Horta), para os quais foram transferidos mais de 50 doentes.
Outros 55 doentes foram para para a Madeira, para o Hospital Dr. Nélio Mendonça e Regimento de Guarnição N.º3.
Na segunda-feira, as Irmãs Hospitaleiras, instituição que gere a Casa de Saúde Nossa Senhora da Conceição em Ponta Delgada, acolheram 27 pacientes.
Nesse dia, o presidente do Governo Regional dos Açores anunciou que as Forças Armadas vão instalar um hospital de campanha no espaço do Hospital de Ponta Delgada.