O Chega/Açores questionou hoje o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) sobre a reabertura do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, depois do incêndio que deflagrou no sábado, anunciou o partido.

Segundo um comunicado hoje divulgado, no requerimento que foi dirigido ao executivo açoriano através do parlamento regional, o grupo parlamentar do Chega pergunta se o Governo Regional tem “um plano de reabertura – faseada ou não – do HDES” e se existe previsão para o hospital “estar completamente operacional”.

O Chega/Açores também pergunta “de que forma estão a ser reajustadas e reagendadas as consultas e exames previstos” e “que previsão de impacto financeiro terá, em 2024, este incêndio no HDES”.

Entre outras questões, o partido pretende ainda saber se a manutenção da rede elétrica do hospital “tem sido devidamente realizada ao longo dos anos” e se os quadros elétricos de cada serviço e respetivos cabos “têm sido alvo de manutenções periódicas”.

Quanto aos meios de extinção de incêndio ali existentes, o Chega questiona se “tinham manutenção em dia” e se tem sido feita “a respetiva fiscalização das manutenções periódicas”.

“Há seguro para cobrir este tipo de incidentes? Este seguro já foi acionado?”, acrescenta ainda o partido.

No requerimento é recordado que o hospital de Ponta Delgada funciona nas instalações atuais desde 1999, “tendo havido necessidade de adaptar o edifício às diferentes e diversas necessidades que foram surgindo”.

“O Chega lamenta este incêndio que colocou em perspetiva as fragilidades da nossa insularidade”, refere o líder parlamentar José Pacheco, citado no comunicado.

A situação, embora alheia ao próprio hospital, “causou grandes transtornos a doentes e utentes, que tiveram de ser transferidos para outros hospitais e viram consultas e exames ser adiados sem data”, acrescenta.

O partido lembra igualmente que o HDES é o hospital de referência do grupo Oriental dos Açores (ilhas de São Miguel e Santa Maria), recebendo também muitos doentes de outras ilhas, pelo que “é preciso ter uma estimativa de quando poderá reabrir”.

“Acredito que o Governo Regional está a fazer todos os esforços para que tal aconteça o mais rápido possível, mas as pessoas também precisam de saber quando isso vai acontecer”, salienta José Pacheco.

O incêndio no hospital de Ponta Delgada deflagrou pelas 09:40 locais de sábado (10:40 em Lisboa) e só foi declarado extinto às 16:11.

Na altura do incêndio estavam no estabelecimento de saúde 333 doentes e foi necessário proceder à transferência de 240.

Hoje, a diretora clínica, Paula Macedo, destacou que os pacientes foram transferidos para outras unidades de saúde em cinco horas e que foram dadas 93 altas.

O Governo dos Açores declarou no domingo a situação de calamidade pública devido ao incêndio para “acelerar procedimentos” que permitam normalizar num “curto espaço de tempo”, a atividade da maior unidade de saúde açoriana.

Na segunda-feira, o presidente do Governo Regional dos Açores anunciou que as Forças Armadas vão instalar um hospital de campanha no espaço do hospital de Ponta Delgada.

Relativamente à instalação de um hospital de campanha, a médica Paula Macedo considerou ser “muito importante” para permitir “resolver a capacidade de vagas”.

Não foi ainda divulgada uma contabilização dos estragos do fogo.

 

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