A diáspora açoriana tem interesse em investir no arquipélago e defende a melhoria dos mecanismos de intercâmbio do ponto de vista económico, disse hoje o secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades dos Açores.
Segundo Paulo Estevão, na reunião do segundo Conselho da Diáspora Açoriana (CDA), que hoje começou em Ponta Delgada, São Miguel, os conselheiros referiram “o potencial enorme que existe para o desenvolvimento económico através do intercâmbio” com as comunidades açorianas na diáspora que querem consumir os produtos açorianos e investir no território.
“Há um conjunto de intervenções a solicitar que se melhorem os mecanismos de intercâmbio do ponto de vista económico, tendo em conta o enorme potencial que significa um conjunto grande de investidores que podem investir nos Açores, que estão interessados do ponto de vista económico a fazê-lo, mas também do ponto de vista afetivo”, disse.
Os conselheiros “querem ajudar os Açores” e também manifestaram a sua disponibilidade para que as Casas dos Açores e as diferentes associações açorianas espalhadas pelo mundo possam “servir de embaixadas e representar os interesses dos Açores”, acrescentou.
A necessidade de aumentar o intercâmbio cultural, para que mais açorianos da diáspora “possam visitar a região e que mais gente ligada à cultura e [a] projetos culturais possam também chegar ao conjunto” da diáspora, foi outro dos aspetos abordados no encontro.
“Outra preocupação que foi manifestada é em relação à [companhia área] SATA e a manutenção e até o reforço da ligação [por via aérea] à nossa diáspora, que é fundamental, que é economicamente viável e que é importante reforçar em setores que são setores onde a nossa diáspora é muito numerosa e que tem um grande interesse em manter estas ligações”, disse Paulo Estêvão.
De acordo com o governante, para facilitar o investimento da diáspora na região, o executivo regional da coligação PSD/CDS-PP/PPM vai “tentar consensualizar” que tipo de mecanismos será preciso criar, mas um aspeto essencial diz respeito à informação.
No encontro, que decorre até quarta-feira no Palácio da Conceição, em Ponta Delgada, foram aprovados votos de solidariedade em relação ao Rio Grande do Sul (Brasil), atingido por uma tragédia climática, e em relação ao Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada que, no sábado, foi afetado por um incêndio.
O segundo encontro do CDA é organizado pela Secretaria Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, através da Direção Regional das Comunidades.
Este órgão consultivo do Governo dos Açores foi constituído em 2021, visando assegurar a participação, colaboração e auscultação de representantes das comunidades açorianas dispersas pelo mundo.
O CDA, que reúne ordinariamente a cada dois anos, é composto por 35 membros, incluindo os 19 conselheiros escolhidos pela própria diáspora açoriana, através dos círculos eleitorais da Bermuda (um), Brasil (cinco), Canadá (cinco), Estados Unidos da América (cinco), Uruguai (um), continente português e Madeira (um) e resto do mundo (um), para mandatos de quatro anos.
Integram ainda este órgão o secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, três representantes da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, um representante do Conselho Mundial das Casas dos Açores e os diretores regionais com competências nas áreas da emigração e comunidades, da solidariedade social, da qualificação profissional e emprego, da cultura, do turismo e dos incentivos.
O CDA inclui também um representante da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores, um representante das associações de emigrantes com presença e atividade na região, um representante da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas e um representante do Conselho das Comunidades Portuguesas.