As Forças Armadas vão instalar um hospital de campanha no espaço do Hospital de Ponta Delgada, nos Açores, que foi atingido por um incêndio no sábado, anunciou hoje o presidente do Governo Regional.
“Tive oportunidade de falar com o senhor ministro da Defesa Nacional que tomou a iniciativa de me contactar para disponibilizar, da parte das Forças Armadas, um hospital de campanha que possa ser aqui já instalado para dar a resposta possível nas próprias instalações deste Hospital”, adiantou o presidente do Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM).
José Manuel Bolieiro falava aos jornalistas após uma visita que fez, juntamente com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, ao Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), na ilha de São Miguel.
O chefe do executivo açoriano adiantou que o conselho de administração do Hospital de Ponta Delgada vai fazer um “levantamento das necessidades” para que seja instalado o hospital de campanha.
Segundo José Manuel Bolieiro, o incêndio afetou sobretudo “o funcionamento seguro que o hospital deve ter para tratar os seus doentes”.
“É preciso fazer ver que isto está mais grave do que aparenta face à zona sinistrada, porque toda a capacidade de garantir segurança máxima está afetada. E isso vai demorar muito tempo [a reparar] e nós não fazemos nada em precipitação”, vincou.
O presidente do Governo Regional disse ainda que, caso seja necessário, poderá haver recurso a entidades privadas para a instalação do hospital de campanha.
No domingo, o Governo dos Açores declarou a situação de calamidade pública devido ao incêndio no hospital de Ponta Delgada pelo prazo de um ano, mas que poderá ser “eventualmente prorrogável”, segundo o chefe do executivo regional.
José Manuel Bolieiro salvaguardou que estão em causa investimentos que se “vão prolongar provavelmente pelos próximos dois anos”.
Por outro lado, vai ser criada “uma solução comunicacional” para transmitir “com rigor” informação diária aos familiares dos doentes, incluindo os deslocados.
“Estamos a falar de uma complexidade muito grandiosa, porque não estamos só a trabalhar em função da realidade tendo em conta o acontecimento, mas também numa perspetiva de novos doentes”, disse.
A unidade de saúde já foi alvo de vistorias, mas ainda não há previsão para retomar o normal funcionamento do equipamento.
Bolieiro agradeceu “a generosidade e a capacidade e competência” reveladas para uma “reação imediata” ao incêndio.
José Manuel Bolieiro destacou ainda “a capacidade de compreensão e do contexto” que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, teve quando suscitou a vinda da ministra da Saúde e da secretária de Estado aos Açores.
O chefe do executivo açoriano deixou ainda uma palavra de tranquilidade aos familiares dos doentes, garantindo que o Governo Regional “está a fazer tudo” para que não ocorram quaisquer incidentes.
O incêndio, que deflagrou no Hospital de Ponta Delgada pelas 09:40 locais de sábado (10:40 em Lisboa) e só foi declarado extinto às 16:11 locais (17:11 em Lisboa), obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados.