Há quase 50 anos, seis dias depois da Revolução, as ruas de todo o país encheram-se para assinalar o Dia do Trabalhador! A Revolução já tinha começado, quando a população sentiu a liberdade e abandonou o medo. O 1.º de Maio de 1974 ficou para história, pela dimensão das manifestações e pelas exigências que se fizeram ouvir. Milhões afirmaram que não aceitavam voltar atrás!

Durante o fascismo, as comemorações do Dia do Trabalhador foram sempre proibidas e reprimidas violentamente, inclusive com mortes de manifestantes que apenas queriam uma vida digna e sair da pobreza. Para o dia 30 de abril de 1974, a PIDE organizava um assalto aos sindicatos, para impedir as comemorações do 1.º de Maio. A Revolução trocou-lhes as voltas… os seus crimes tinham terminado 5 dias antes, quando um dos agentes da PIDE disparou sobre a multidão desarmada. Morreram quatro manifestantes, incluindo João Arruda, jovem Açoriano que exigia liberdade.

De Abril, ficaram os ideais, mas muitas das suas conquistas se perderam. O aumento do custo de vida agravou as desigualdades. Os lucros das grandes empresas chocam com a redução drástica do poder de compra. O mundo do trabalho está marcado pela incerteza, pelos baixos salários e por horários desregulados. A explicação para isto é simples: uma enorme transferência da riqueza criada pelos trabalhadores para os lucros do capital, que apenas foi interrompida durante um pequeno período de tempo, entre 2016 e 2020.

A nossa História mostra que não há Abril sem Maio. Mais tarde ou mais cedo, será com os ideais de Abril que construiremos, de novo, um Portugal com futuro, de justiça social e progresso! E para ajudar a que assim seja, fica o convite para o Pinhal da Paz, em Ponta Delgada, na Praça Velha de Angra do Heroísmo ou no Parque da Alagoa da Horta. Em 2024 e em todos os anos, será no Dia do Trabalhador que se constrói um Futuro Melhor!

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