O Conselho de Ilha da Graciosa deu parecer favorável às antepropostas de Plano e Orçamento do Governo dos Açores para 2024, mas manifestou “grande preocupação” por alguns projetos não constarem devidamente no documento, foi hoje anunciado.

O presidente do Conselho de Ilha da Graciosa, Ricardo Areia, referiu hoje à agência Lusa que aquele órgão esteve reunido na quinta-feira e aprovou o parecer relativo ao documento apresentado pelo Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) por maioria, com cinco votos a favor e oito abstenções.

“Existem assuntos [em] que o Conselho de Ilha e os seus conselheiros manifestaram grande preocupação e que, ou pela sua omissão ou leve referência, não estão nesta anteproposta do Plano Regional para 2024”, disse.

Como exemplos, o responsável apontou a reabilitação da rede viária, o projeto e a posterior empreitada para a gare marítima e a alienação do Hotel da Graciosa, já que, no documento, não é explicada “a forma como será feita”.

Outros reparos estão relacionados com a ampliação e a iluminação da pista do Aeródromo da Graciosa e a manutenção do edifício sede da Escola Básica e Secundária de Santa Cruz: “Também não vemos verbas para isso”.

Ricardo Areia indicou ainda que é preciso intervir nas piscinas exteriores públicas e é necessário saber o ponto de situação do processo de concessão da exploração das Termas do Carapacho, atualmente exploradas pelo Governo Regional.

“A fixação de médicos na unidade de saúde, e tudo o que seja relacionado com a saúde, e a desertificação das localidades rurais, que cada vez acontece mais e não vemos nada, programas de habitação ou outro tipo de programas que nos venham ajudar nesse sentido”, acrescentou.

O responsável espera que as reivindicações feitas pela ilha Graciosa “venham plasmadas todas ou em parte” na proposta final do Plano e Orçamento do Governo Regional.

O Conselho de Ilha é um órgão consultivo do Governo dos Açores composto pelos presidentes das câmaras e assembleias municipais da ilha, por quatro membros eleitos por cada assembleia municipal, por três presidentes de junta de freguesia, um representante do Governo Regional (sem direito a voto) e vários membros das organizações sociais, ambientais, culturais e empresariais da ilha.

O Plano e o Orçamento para 2024 vão ser votados em maio na Assembleia Legislativa Regional dos Açores.

São os segundos documentos orçamentais a serem apreciados, uma vez que a anterior proposta foi chumbada em 23 de novembro de 2023, com os votos contra de IL, PS e BE e as abstenções do Chega e do PAN, motivando a queda do executivo regional e a convocação de eleições antecipadas, realizadas em fevereiro.

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