O presidente reeleito do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, afirmou hoje, em Lisboa, que ainda tem “na sua cabeça” a composição do novo executivo, que toma posse na próxima segunda-feira.

Questionado sobre quando prevê divulgar a composição do Governo Regional ao representante da República nos Açores, Pedro Catarino, o social-democrata afirmou que “a seu tempo” falará “sobre a posse do Governo e o trabalho político e governativo que tem que desenvolver daqui por diante”.

“Digamos que tenho tudo na minha cabeça e a seu tempo farei a boa divulgação”, afirmou Bolieiro, durante uma visita a empresas açorianas na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que hoje abriu e tem os Açores como o Destino Nacional Convidado.

Na terça-feira, fonte parlamentar açoriana confirmou à Lusa que o novo Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), na sequência das eleições de 04 de fevereiro, vai tomar posse na segunda-feira, pelas 15:00, na Assembleia Legislativa Regional, na cidade da Horta.

A cerimónia marcará o arranque da nova legislatura, após a indigitação de José Manuel Bolieiro como presidente do executivo açoriano, na sequência das eleições regionais antecipadas, marcadas devido ao chumbo do orçamento para este ano.

Desconhece-se ainda a composição do novo Governo Regional, cujos nomes terão de ser apreciados pelo representante da República para os Açores, para só depois poderem tomar posse perante o parlamento.

Após a posse, o executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM tem 10 dias para entregar, no parlamento regional, o seu Programa, documento que contém as principais orientações políticas e as medidas a propor para a legislatura.

De acordo com o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, o debate do Programa do Governo tem de ocorrer até ao 15.º dia após a tomada de posse do executivo e a discussão em torno do documento “não pode exceder três dias”.

Até ao encerramento do debate, qualquer grupo parlamentar pode propor a rejeição do programa do executivo, mas a rejeição do documento carece de maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções para ser aprovada e implica a demissão do Governo.

José Manuel Bolieiro disse, na noite das eleições, que iria governar com “maioria relativa”, sem fazer coligações de governo com nenhuma outra força política, apesar de a coligação ter conseguido 26 dos 57 deputados regionais, menos três do que os 29 necessários para obter maioria absoluta.

O PS elegeu 23 deputados, o Chega cinco e o BE, a IL e o PAN um cada.

As eleições de 4 de fevereiro ocorreram após o chumbo, em novembro, das propostas de Plano e Orçamento para este ano, devido à abstenção de Chega e PAN e dos votos contra de PS, IL e BE, situação que levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a dissolver o parlamento e a convocar eleições antecipadas.

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