O cabeça de lista da AD – Aliança Democrática pelo círculo dos Açores à Assembleia da República, Paulo Moniz, comprometeu-se domingo na “defesa intransigente” dos Açores, “com os Açores em primeiro lugar”.

Paulo Moniz falava na apresentação da lista da AD pelos Açores às legislativas de 10 de março, composta por Francisco Pimentel, Ilídia Quadrado, André Pontes, Nuno Melo Alves, Judite Simas, Daniel Lima, Ana Catarina Silveira, Ricardo Carvalho e Sofia Serpa.

O candidato social-democrata entende tratar-se de “uma lista plural e representativa, não só pelos três partidos que a compõem, mas sobretudo por candidatos que, de facto, representam as suas comunidades e são reconhecidos por provas dadas na sociedade, nas suas carreiras profissionais, assim como nas suas ilhas e na sua entrega à causa pública e ao bem comum”.

No discurso da apresentação dos candidatos ao próximo sufrágio, o social-democrata destacou que, “desde 2015, as grandes questões da competência da República para os Açores foram sempre adiadas”, sendo que nos últimos anos “as pronúncias sobre as mesmas pelo Governo da República revelaram sempre falta de vontade, centralismo, autoritarismo e mesmo um profundo desleixo”.

Desde então, “as justas reivindicações dos Açores perante a República ficaram reféns de uma política de fingimento do Partido Socialista, para o qual apenas contam as aparências e os títulos de jornal, com resoluções apregoadas, numa panóplia imensa de fingimento de intenções, mas que na prática nunca chegaram a concretizar-se”, disse.

Para o recandidato, o mandato que findou “foi marcado por profunda instabilidade no Governo da República, apesar de estar suportado por uma maioria absoluta parlamentar e, mais uma vez, tivemos um governo que apenas durou dois anos”.

Mas não foi por isso que o social-democrata baixou os braços perante os obstáculos com que se deparou pela frente, mantendo a sua determinação na “defesa acérrima de todos os dossiês que aos Açores dizem respeito, identificando os problemas, encontrando soluções para eles, apresentando os nossos projetos, as nossas iniciativas, questionando, fiscalizando”, reiterou.

“Durante os últimos dois anos, tivemos o Governo Regional dos Açores como aliado e mais uma voz que pudesse também pressionar muito do centralismo republicano e juntos conseguimos dar alguns passos importantes pelos supremos interesses da nossa Região que estão sempre em primeiro lugar”, sublinhou.

Contudo, “nem tudo ficou resolvido, perante um Governo da República e um Partido Socialista que passou a tratar os Açores como sempre tratou a Madeira, ou seja, como adversário, apenas e só porque o governo já não era da mesma cor política”, apontou.

Paulo Moniz conta agora com Luís Montenegro na resolução urgente das causas da Região.
“Agora, temos a oportunidade ao nosso alcance, de ter um Governo da República amigo das Autonomias, assente numa coligação PSD/CDS/PPM inspirada na dos Açores e com um candidato a primeiro-ministro atento e sensível às causas dos Açores que é Luis Montenegro”, disse.

Para o cabeça de lista da AD na Região, “é muito importante que a AD vença, nos Açores e no país, para que todos juntos possamos resolver de uma vez por todas tudo o que António Costa não resolveu propositadamente, com o silêncio e conivência dos eleitos pelos Açores do PS”.

O candidato social-democrata sublinhou que, “ao contrário de outros, os Açores não podem servir de moeda de troca, serem postos em causa ou em segundo plano e muito menos serem abafados por disciplinas partidárias”.

A seu ver, “foi sempre um espetáculo triste de se ver, deputados destas ilhas, também eles representantes do povo destas ilhas, a votar a favor do partido do governo em vez de votar a favor dos Açores”.

E são inúmeras as situações em que se verificaram os deputados do PS dos Açores votarem contra a Região, ou o ministro das Infraestruturas, atual cabeça de lista socialista à Assembleia da República, contrariar medidas essenciais para o desenvolvimento das ilhas.

Desde logo, Paulo Moniz indicou a falta de comparticipação em 85% das despesas de reconstrução do porto das Lajes das Flores, destruído pelo furacão Lorenzo, prometida pelo candidato socialista em 2019.

“Passaram 5 anos entre o dizer que não se disse e as desculpas amontoadas sem que este dinheiro chegasse à Região, obrigando assim o Governo Regional a continuar a obra a expensas próprias para que a obra não parasse”, lembrou.

O problema repetiu-se com a substituição dos cabos submarinos de fibra ótica e no anel Continente Açores Madeira, aguardando-se ainda o visto do Tribunal de Contas, prevendo-se que “talvez se inicie quando o tempo de vida útil dos atuais já tiver terminado”.

“Sobre a substituição do anel interilhas, que já terminou a sua vida útil no ano passado, ainda nem se iniciou o processo apesar de todos os nossos alertas sobre o assunto. Quem era o Ministro das infraestruturas? Pedro Nuno Santos”, prosseguiu.

Seguem-se as obrigações de serviço público para as rotas não liberalizadas de Santa Maria, Pico e Faial, mesmo com verba para abrir concurso público inscrita no Orçamento do Estado do ano passado, com vista a desonerar a SATA deste serviço, foi aberto o concurso apenas na semana passada, “em plena campanha eleitoral”.

Em suma, o candidato a primeiro-ministro socialista tem demonstrado “total falta de respeito, com amigos açorianos cúmplices, para com os anseios, justas e necessárias reivindicações dos Açores”, destacou.

“Comprometo-me, comprometemo-nos todos, a marcar uma reunião com o próximo primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, logo a seguir à tomada de posse do novo Governo da República, para lhe entregar, em mãos, todos estes assuntos que precisam de resolução urgente e de uma vez por todas”, assegurou.

Paulo Moniz acredita que “só com um governo da Aliança Democrática, que respeita as autonomias regionais, será assim”.

Ciente de que a próxima legislatura “será bastante exigente para corrigir todas estas lacunas e matérias que ficaram pendentes”, garante que não desistirá nem abdicará da sua defesa, tratando todos os assuntos “com o mesmo grau de importância”.

O candidato social-democrata concluiu salvaguardando que está determinado para ultrapassar qualquer cenário que se apresente, avisando que “acima de toda e qualquer coisa, acima de qualquer simpatia ou afinidade partidária, defenderemos sempre primeiro os Açores, custe o que custar e doa a quem doer”.

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