Cerca de 70 empresas de São Miguel e Santa Maria, nos Açores, ligadas ao turismo estão preocupadas com a descida do volume de negócio que têm registado este ano, segundo um inquérito hoje divulgado.

O inquérito sobre turismo em época baixa desenvolvido pela Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada foi realizado nas ilhas de São Miguel e Santa Maria entre 22 e 29 de janeiro de 2024.

Segundo o inquérito, que obteve respostas de 91 empresas, em janeiro de 2024, um total de 46,15% das empresas declaram que o volume de negócios foi pior, face ao mês homólogo do ano anterior, enquanto em novembro de 2023 o valor foi de 35,16%, “o

o que denota um acréscimo relevante no número de empresas com um volume de negócios pior”.

Há também a assinalar o decréscimo de reservas em mais de 60%, no período entre 01 de novembro de 2023 e 15 de janeiro de 2024.

Muitas empresas consideram que a redução de número de lugares nas ligações aéreas da empresa aérea Ryanair teve impacto no seu volume de vendas.

Em relação às ações de promoção, 67% das empresas que responderam ao inquérito considera que “não têm sido adequadas e com a intensidade necessária para as necessidades de procura do destino Açores” no Inverno 2023/2024.

As acessibilidades aéreas e a procura insuficiente são as preocupações elencadas por 42,86% das empresas, aponta o estudo.

Além disso, cerca de 10% das empresas está preocupada com a rentabilidade e 11,43% não tem nada adicional a comentar ao inquérito.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada e da Associação Empresarial de São Miguel e de Santa Maria disse que “já se antevia no final do ano passado uma retração significativa nas reservas em vários serviços de turismo”.

“O fator principal que se pode associar a esta retração é a redução dos voos da Ryanair. Mesmo que tenha havido alguma compensação das outras companhias, o que acontece é que temos menos oferta e oferta diferente e a conclusão é que esta retração está a prejudicar negativamente o desenvolvimento do turismo na época baixa”, sustentou Mário Fortuna.

O presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada alertou ainda que o destino açoriano “não está a ser suficientemente promovido” no exterior.

“É preciso fazer mais. Todos os outros destinos estão a fazer a mesma coisa. Estamos num espaço concorrencial e temos que competir”, defendeu à Lusa Mário Fortuna, para quem os Açores devem marcar presença de “forma incisiva” em eventos de promoção turística e apostar “em instrumentos de fixação de empresas de transporte aéreo.

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