O coordenador da Iniciativa Liberal (IL) nos Açores, Nuno Barata, disse hoje acreditar que o partido pode eleger um grupo parlamentar nas eleições regionais de 04 de fevereiro, com um deputado pela Terceira e outro por São Miguel.

“Estou confiante de que isso vai acontecer, estamos a trabalhar para isso. A nossa campanha é muito centrada nas nossas ideias, nas nossas propostas, menos em críticas ao passado”, afirmou, em declarações aos jornalistas.

Nuno Barata, deputado único na atual legislatura e primeiro candidato da IL nos círculos eleitorais de São Miguel e da compensação, começou a campanha pela ilha Terceira, com uma visita à Quinta do Malhinha, um espaço de alojamento e atividades turísticas.

Acompanhado pelo cabeça de lista do círculo da ilha Terceira, Pedro Ferreira, o dirigente liberal considerou que um bom resultado para o partido será “eleger um deputado pela Terceira, eleger um deputado por São Miguel e passar a ter um grupo parlamentar”.

“Um bom resultado para a Terceira é a eleição do Pedro Ferreira por esta ilha, para devolver de facto a voz aos terceirenses. Não é o Pedro Ferreira que merece ser deputado pela Terceira, é a ilha Terceira que merece ter um deputado como o Pedro Ferreira”, apontou.

Questionado sobre se receia ser penalizado nas urnas por ter votado contra a proposta de orçamento da região para 2024, que foi chumbada em novembro, levando à convocação de eleições antecipadas, Nuno Barata disse que “quem acredita que o povo castiga é porque não acredita na democracia”.

“Nós acreditamos na liberdade e acreditamos nos valores da democracia, por isso, não tememos a decisão do povo, seja ela qual for, e saberemos interpretar a decisão do povo açoriano no dia 04 de fevereiro, da mesma forma que, em 25 de outubro de 2020, soubemos interpretar a vontade do povo açoriano”, frisou.

O cabeça de lista pela Terceira defendeu que a ilha precisa de “uma reforma profunda ao nível do turismo”, alegando que “os últimos meses de inverno de 2023 e estes primeiros de 2024 estão a ser um deserto absoluto para quem investe na área”.

Pedro Ferreira propôs que a gestão da Aerogare Civil das Lajes seja profissionalizada, que aquela entidade assuma a promoção turística da Terceira, indo “às feiras internacionais captar novas rotas”, e que haja uma “mudança de paradigma e de visão” na captação de mercados.

“Estes dias, num encontro de alojamento local, ouvi um responsável político dizer que, para combater a sazonalidade, os alojamentos locais tinham de investir em lareiras e jacúzis. Parece que os políticos que governam a região pensam assim, que qualquer turista venha para os Açores no inverno para se fechar numa casa a apanhar o quentinho da lareira e a banhar-se no jacúzi”, criticou.

“Se tivermos atividades como os passeios a cavalo, os trilhos, os passeios de jipe, os passeios de mota no interior da ilha, [os turistas] saem daqui fascinados”, acrescentou.

Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

 

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