“Não há drama nenhum.
O PSD está unido, está coeso, está forte e está aqui para trabalhar para os portugueses, é isso que nós estamos a fazer”, afirmou Luís Montenegro, em Vila do Porto, ilha de Santa Maria, nos Açores, onde hoje prossegue o programa “Sentir Portugal”.
Aos jornalistas, Luís Montenegro disse desconhecer os fundamentos, mas respeitar a decisão do deputado, a quem desejou felicidades.
O presidente social-democrata rejeitou que esta decisão prejudique a imagem do PSD, alegando que o partido “está fortíssimo”.
“O PSD está empenhadíssimo, o PSD está cheio de motivação, como vocês têm acompanhado aqui. Nos mais recônditos lugares do nosso território há sempre gente, há sempre energia, há sempre gente nova a entrar”, declarou.
Questionado sobre a eventualidade de Maló de Abreu estar a caminho do Chega, como noticiou o Observador, o líder do PSD assegurou que isso não lhe diz respeito.
“É um assunto que não interfere nada, de nada, de nada, com o caminho de reaproximação do PSD junto dos portugueses, de todos os portugueses (…) com quem nós estivemos, ao longo de cerca de 16 meses, com todo o gosto, com todo o empenho, a perceber e sentir aquilo que é o seu dia a dia para conceber políticas públicas que resolvam as suas principais preocupações”, acrescentou.
O deputado do PSD António de Maló de Abreu informou na quarta-feira o secretário-geral que deixará o partido e transmitiu ao presidente do grupo parlamentar social-democrata que passará à qualidade de não inscrito no que resta da legislatura.
“É com profunda tristeza, mas com sentido de responsabilidade e ancorado nas minhas convicções que vos dou conhecimento que comuniquei hoje [quarta-feira] ao senhor Secretário-geral do PSD o meu pedido de demissão do partido (suspensão definitiva da qualidade de militante), após mais de 40 anos de filiação e militância”, refere o antigo membro da direção de Rui Rio, numa mensagem aos deputados a que a Lusa teve acesso.
O deputado informou que também comunicou ao líder do grupo parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, as razões pelas quais considera não poder continuar a integrar a bancada, comunicando-lhe formalmente que tenciona cumprir o resto do mandato como deputado não inscrito.
O parlamentar justificou a sua saída do PSD e da bancada social-democrata por não se rever na estratégia da direção do partido e “na inação” da liderança da bancada, nomeadamente quanto às comunidades portuguesas.
“Fundamentalmente e verdadeiramente importante, não me revejo, de todo, na estratégia e na forma de se organizar o partido e de agir da sua direção. E não me revejo nas suas propostas em áreas sensíveis da governação”, refere o deputado numa nota escrita enviada à agência Lusa.