A Câmara Municipal da Madalena do Pico, nos Açores, vai dividir o investimento público no concelho em 2024 entre as áreas da cultura, apoios sociais e transportes, de acordo com o orçamento, aprovado em Assembleia Municipal.
O Plano e Orçamento da Câmara da Madalena para 2024 ronda os 9,6 milhões de euros, a maioria do qual se destina a investimento, embora a fatia de maior dimensão inscrita nos documentos (1,6 ME) esteja reservada para pagar as obras de construção do Auditório Municipal, obra assumida por uma empresa municipal já extinta, mas cuja fatura recai agora sobre a autarquia.
“Este é um plano ambicioso, que abrange várias áreas”, explicou aos jornalistas José António Soares, autarca social-democrata que gere o município há três mandatos consecutivos e que tem como ambição “fazer da Madalena um concelho melhor para viver”.
Segundo os Censos de 2021, a Madalena foi o único concelho dos Açores que registou um aumento da população nos últimos anos (passou de 6.049 para 6.332 habitantes), destacando-se também como um dos concelhos com “maior crescimento de alojamentos destinados à habitação” em todo o país.
“Queremos sempre fazer mais e melhor para que as novas gerações possam usufruir de coisas boas no futuro e possam optar por viver na Madalena”, acrescentou o autarca do PSD, defendendo a necessidade de o município continuar a apostar na criação de mais postos de trabalho e na fixação de mais pessoas no concelho.
Segundo José António Soares, o plano e orçamento apresentam um valor significativo para concluir todas as obras que se pretendem, “aproveitando ao máximo os fundos do Quadro Comunitário de Apoio”.
O município da Madalena (um dos três concelhos da ilha do Pico) pretende também investir em 2024 nos apoios sociais às famílias, nos transportes, no abastecimento de água e na habitação, prevendo a construção de cerca de 30 novos fogos no concelho, no âmbito de uma parceria a estabelecer com o Governo Regional.
A verba destinada ao pagamento dos salários dos funcionários da autarquia é de 3,6 milhões de euros, o que equivale a quase 40% da despesa de funcionamento da Câmara Municipal da Madalena.
O plano e orçamento da autarquia madalenense foi aprovado em reunião da Assembleia Municipal, por maioria, com os votos favoráveis dos autarcas do PSD (11) e contra dos 10 deputados municipais do PS.
Cláudia Cabrita, líder da bancada socialista, justificou o voto contra do partido com a “falta de ambição” do executivo municipal, alegando que, ao contrário do que era esperado, os documentos “não trazem nada de novo”.
“É, no fundo, a repetição e o arrastamento de obras e de projetos de anos anteriores”, salientou a deputada municipal do PS.
A votação das propostas de plano e orçamento da Câmara da Madalena teve de ser repetida, depois de se ter verificado um empate numa primeira contagem de votos, devido à ausência da Assembleia Municipal de um dos deputados do PSD, que, entretanto, regressou à sala, antes da repetição da votação.