O forte de São João Baptista, que se encontra em ruínas, foi reconstruido virtualmente para valorizar o património e dar a conhecer a história da infraestrutura, segundo a câmara de Vila do Porto, nos Açores.
“Importa-nos que os mais novos, as escolas e quem nos visita conheça a história daquele imóvel. Ninguém valoriza se não conhecer. Portanto, queremos dar a conhecer esse património que para nós é importante em termos culturais, turísticos e sociais”, afirmou, em declarações à agência Lusa, a presidente da Câmara Municipal de Vila do Porto, Bárbara Chaves, o único município da ilha açoriana de Santa Maria.
Estima-se que o forte de São João Baptista, localizado na freguesia Almagreira, remonte ao século XVI, tendo desempenhado um papel importante na história militar dos Açores.
Em 17 de outubro, o parlamento dos Açores aprovou por unanimidade a desafetação do domínio público marítimo das ruínas do forte (que pertenceu ao Estado), passando a estar integrado no domínio privado da Região Autónoma dos Açores.
A reconstrução virtual do forte vai ser apresentada no sábado, na biblioteca de Vila do Porto, às 20:30 locais (21:30 em Lisboa), com a presença do arqueólogo responsável, Diogo Teixeira Dias.
Segundo a presidente da Câmara de Vila do Porto, o município está a “fazer tudo” para valorizar aquele património, classificado como sendo de interesse municipal ainda antes de estar no domínio da região.
“Quisemos ir mais além. Convidámos um arqueólogo dos Açores, Diogo Teixeira Dias, e desafiámo-lo a fazer uma recriação virtual daquele edifício. O que era aquele edifício no início quando foi construído, para que é que servia, como foi utilizado e como era e envolvência”, salientou Bárbara Chaves (PS).
Na sessão vai ser apresentado um vídeo a lembrar o forte aquando da sua construção, seguindo-se uma explicação sobre a história do imóvel.
“Existe o vídeo e um conjunto de infografias que vão ficar disponíveis na biblioteca em exposição permanente, ficando disponível a todos os visitantes. Não ficará um vídeo estanque, que será apresentado agora e que depois mais ninguém o vê. Queremos, depois, disponibilizar ‘online’ para que possa ter um maior alcance”, disse a autarca.
Sendo a reconstrução virtual mais um passo para valorizar o forte, Bárbara Chaves apelou à intervenção do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) na requalificação do imóvel.
“É mais uma componente nesse processo do forte São João Baptista. Temos esperança de que o Governo Regional, apesar não ter nada de muito concreto no próximo plano e orçamento [para 2024], agora na próxima visita estatutária possa dar mais informações relativamente a esse processo”, reforçou.
Ainda antes da passagem do imóvel para domínio regional, uma petição, subscrita por mais de mil pessoas, reivindicou a “recuperação e preservação do forte de São João Baptista”, alertando para o relevo da infraestrutura na história da ilha de Santa Maria.