Contas redondas, a SATA tem uma dívida de 400 milhões de euros, valor acumulado em pouco mais de uma década. Por coincidência, ou não, a derrapagem da companhia começa quando Vasco Cordeiro é secretário da Economia e prossegue no período em que foi Presidente do Governo. Acaso ou consequência, os resultados financeiros ao longo desse tempo atiraram a SATA para um beco sem saída.
Tecnicamente falida e impedida por Bruxelas de receber qualquer financiamento público, à nossa escala, o problema da SATA é bem mais grave do que o da TAP. No limite, por sermos um mercado pequeno, no meio do Atlântico, portanto, menos apetecível do que o negócio proporcionado pela companhia nacional.
E poucas soluções se afiguram para uma empresa com estes condicionalismos, que não seja a sua venda sob determinadas condições, ao nível da operação e da manutenção de postos de trabalho.
Como chegamos a este estado de coisas? A reposta foi dada pelo antigo presidente da SATA, António Teixeira, na comissão parlamentar de inquérito: “As avarias sucessivas [nas aeronaves] deviam-se essencialmente à falta de dinheiro para proceder às manutenções necessárias…”. Chegado à empresa teve de “mandar reparar um avião que estava parado, com as asas podres cheias de ferrugem”.
Além disso, a aquisição do famoso Cachalote, “foi uma aquisição mal pensada, mal projetada (…) nós tínhamos um A330 muito giro, muito engraçado, mas que nos estava a dar imensos prejuízos e não servia os interesses nem da SATA nem dos próprios açorianos”.
Junte-se os erros anteriores e os que se seguiram. Voilá!