A anteproposta do orçamento de 2024 para a região, apresentada por esta coligação é no mínimo desastrosa ou severamente vergonhosa. Destina-se a enganar todos os açorianos que se encontram acomodados ou desanimados com os interesses da política regional.
A anteproposta é um documento que serve de base para a análise da perspetiva da execução e cronograma do orçamento. Esta anteproposta que nos foi apresentada, é no mínimo um documento que sofre de puras lamentações e desculpas. Poderia começar por uma leitura vertical do documento, porém, começo pelo assunto que nos toca a todos nós, o abrandamento da economia e os efeitos que se traduzem para as nossas vidas e nosso quotidiano.
Concretamente analisemos mais uma vez, o já massivo assunto do aumento da taxa de desemprego na região. Este serviu por largos meses de bandeira para este governo, que até se “gabava” de que tinha sido impulsionador da alavanca da economia açoriana. Assim é a verdade, pois tínhamos de ouvir sempre a mesma lengalenga que os deputados do Partido Social Democrata abriam a boca, “reduzimos a taxa de desemprego”, pareciam um disco riscado, e havia momentos que nem os argumentos faziam sentido para contradizer fosse o que fosse.
O relevante é que agora nesta anteproposta, é nos apresentado exatamente o contrário do que sempre defenderam, ou seja, já a partir de 2024 perspetivam haver um crescimento da taxa de desemprego, dizendo ser devido a um crescimento da população ativa. Diria antes que não souberam utilizar devidamente os instrumentos para a captação do PRR para estimular as empresas e a economia regional, nem souberam gerir as negociações com a Ryanair, onde, quer queiramos ou não, a verdade é que estimulava o turismo que é o sector com maior crescimento na economia regional.
O que não podemos é arranjar mais desculpas para tapar os olhos de todos os açorianos e açorianas, porém, podemos sim analisar o modo que este governo expõe a sua política, “… crescimento robusto do emprego e taxa de desemprego mais elevada é explicada pelo crescimento da população ativa”.
Honestamente, não havia devida preparação e muito menos experiência e estão à espera de que a economia se reequilibre sozinha com efeitos externos favoráveis, porém, infelizmente por este caminho teremos a mesma leitura do passado, tão lembrada por todos nós, quando Passos Coelho, aconselhou os jovens a emigrar.
Haja paciência!