PAULO FREITAS DO AMARAL Professor de História e Membro Fundador do Partido Nova Direita

Esta semana assistimos pela segunda vez a um ministro a ser agredido com tinta verde pelo mesmo grupo de ativistas que tem provocado distúrbios nas vias públicas, destruído património e tentado impedir que aviões levantem entre muitos outros desacatos…

Duarte Cordeiro e Fernando Medina optaram por não apresentar queixa criminal e é aqui neste ponto que eu acho que residem os erros protagonizados pelos ministros a que me refiro no título deste texto.

Um governante de um país, é uma autoridade pública que deve ser respeitada e preservada, tanto como pessoa, como pelas funções que lhe foram atribuídas pelo povo através do voto.

A manutenção da Ordem é um dever do governo e de cada cidadão por isso é que deveriam ser os próprios a dar o exemplo, apresentando queixa, a bem da Ordem pública.

Estes governantes deveriam ter agido de forma a precaver situações futuras. Esta atitude de “braços cruzados” dos ministros é perigosa e no futuro arriscamo-nos a assistirmos a uma escalada da agressividade perante a impunidade de quem agride.

A História deveria ensinar aos nossos governantes que a propaganda de passar uma imagem “cool” e tolerante pode não valer de nada, e até ser contraproducente em tempos da crise social e climática que se aproximam de nós a grande velocidade. Os níveis de agressividade contra os políticos certamente que irão aumentar…e poderemos assistir, num futuro próximo, a situações de agressão física como já aconteceu com Macron em França quando levou um estalo de um manifestante em frente às câmaras das televisões…

A História de Portugal deveria fazer-nos lembrar a nós e a estes ministros que se contabilizarmos, só no século XX, os assassinatos de políticos em Portugal foram mais de uma dezena. Através da “ação popular” foram assassinados um Rei (D. Carlos) e seu filho, um Presidente da República (Sidónio Pais), um Primeiro ministro (Sá Carneiro) e muitos outros políticos como Basto Gouveia, Adelino Amaro da Costa, Joaquim Ferreira Torres, José Carvalho, José Ribeiro da Cunha, Padre Max, Miguel Bombarda entre muitos outros anteriores ao século XX…

A lei portuguesa, talvez por todo o processo pós 25 de Abril ter sido conturbado, até há pouco tempo permitia a autarcas eleitos (presidentes de junta e presidentes câmara) e a governantes da República, andarem armados para sua defesa pessoal em situações de risco.

Há quem diga, por exemplo, que Adelino Amaro da Costa, uma semana antes de ser assassinado, após uma chamadas anónimas ameaçando contra a sua própria vida passou a utilizar arma para defesa pessoal ao abrigo dessa lei…

Os tempos que vivemos também são difíceis e cabe a uma geração que nasceu depois da revolução de 1974 e que tem estado preservada de tribulações sociais, conhecer e saber como é que os valores democráticos se estabeleceram e venceram perante a violência…

Cabe-nos então a nós agir em defesa desses valores…em vez de assistir…

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