O secretário regional da Agricultura dos Açores disse hoje que está disponível para dar explicações na Assembleia Legislativa sobre o caso da importação de gado contaminado, mas considera que o PS devia “estar orgulhoso” com a atuação das entidades.

“Eu acho que o PS – como já governou também esta região – devia estar orgulhoso do facto de não termos cá essa doença e de termos conseguido impedir [a sua entrada]. Isto é bom para a imagem dos Açores. Isto é bom para se vender animais geneticamente, em vivo, para outras regiões e todo o mundo perceber que nós temos esse estatuto, que essa doença não está cá. Estamos livres”, disse hoje António Ventura à agência Lusa.

O PS/Açores anunciou na terça-feira que chamou à Assembleia Legislativa dos Açores, com urgência, o secretário da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) para pedir explicações sobre a importação de gado contaminado para o arquipélago a partir do continente.

Em comunicado, os socialistas adiantaram que pediram a presença do secretário regional António Ventura na Comissão de Economia do parlamento açoriano.

Hoje, em declarações à Lusa, o responsável pela pasta da agricultura na Região Autónoma dos Açores referiu que está disponível para dar explicações sobre o assunto quando os socialistas entenderem.

António Ventura contou que o Governo açoriano, juntamente com a Federação Agrícola dos Açores conseguiu impedir que a região “tivesse uma nova doença chamada Hemorrágica Epizoótica”.

“Não é uma doença transmissível às pessoas, não é uma zoonose. É só uma doença que é transmissível de animal em animal. Nós conseguimos impedir que essa doença cá chegasse, abatendo os animais”, referiu.

O Governo açoriano também publicou a portaria n.º 58/2022 “para que fosse proibida a importação de animais de países terceiros, do espaço continental e do espaço comunitário”.

“Nós temos, neste momento, um estatuto sanitário exemplar. E conseguimos que a doença não viesse para a Região Autónoma dos Açores”, vincou.

No caso dos animais abatidos recentemente na ilha do Pico, o responsável explicou que “não falhou nada”.

Logo que se soube que a doença estava em Portugal, os animais importados passaram a ficar todos em quarentena e impedidos de se movimentarem até ao resultado das análises.

“No caso do Pico, houve um animal que deu positivo, entre dez animais. E matámos o positivo e os coabitantes”, relatou António Ventura.

Na sua opinião, é um orgulho para os Açores continuar com o estatuto sanitário exemplar e o Governo ter impedido a entrada da doença no território.

O PS referiu no comunicado que a importação de um contentor de gado do território continental, com destino à ilha do Pico, “poderia ter causado uma grave contaminação nos Açores com a Doença Hemorrágica Epizoótica (DHE), fazendo perigar o estatuto sanitário da região”.

Os socialistas açorianos classificam o caso como “muito grave” e criticam a “insuficiência de informações” por parte do Governo Regional.

“É fundamental e urgente que esta matéria seja devidamente explicada no parlamento, que seja dado um esclarecimento cabal e detalhado desta situação, não só quanto às medidas tomadas na sequência da vinda desses animais, mas, sobretudo, sobre as circunstâncias e os responsáveis por tal autorização”, defendeu o PS/Açores.

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