António Costa sabe que em política tem de agir rapidamente para obter resultados num curto espaço de tempo de forma a cativar eleitorado e de forma a manter o poder.

António Costa sabe também que a política se faz simultaneamente em dois tabuleiros: no tabuleiro em que o político se joga diretamente com o eleitorado, principalmente através dos media, e no tabuleiro em que o político joga diretamente, ora negociando com os outros partidos, ora negociando com o seu próprio partido.

O problema de António Costa é que ao andar na política desde os 14 anos e ao ocupar o poder há quase 20 anos, seja como governante ou como autarca, viciou-se na resolução dos problemas urgentes para o país e deixa sempre para dia de S. Nunca à tarde, os que são realmente importantes e estruturais para o país.

Este vício está-lhe no sangue porque constatou que a cedência e a negociação dos programas do seu partido poderam-lhe dar “de bandeja”  a manutenção do poder mesmo que isso prejudique o país.

E é aqui que se encontra o malefício do vício de Costa. Nem sempre o seu sucesso de carreira política ao negociar com outros partidos, ao querer manter a simpatia do eleitorado,  coincide com aquelas reformas estruturais a 10 ou 20 anos que são preciso realizar no país.

Mesmo com maioria absoluta, António Costa não se liberta do vício do tabuleiro em que joga a simpatia do eleitorado e teria todas as condições para o fazer, uma vez que já leva quase dois mandatos como primeiro ministro e outros tantos como ministro… a não ser que queira continuar a querer fazer carreira política em Belém… o que deixará o povo português pior, uma vez que aquilo que é importante fazer continuará a ser adiado…

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