O piloto português Diogo Almeida, engenheiro mecânico de profissão, sagrou-se campeão da Alemanha de supermoto em sub-40, superando 36 concorrentes, título que celebrou com a bandeira e o hino de Portugal.
“Para mim é uma coisa muito importante. Estive mais de metade da minha vida fora, mas há uma ligação enorme a Portugal. É muito importante mostrar Portugal cá. É um país que muitas vezes é esquecido, ao estar num ponto mais extremo da Europa. É importante mostrar Portugal, mostrar a bandeira e cantar o hino”, explicou Diogo Almeida à agência Lusa.
O piloto português conquistou no domingo o título de supermoto (competição que junta motocrosse com corrida em asfalto), na cidade de Oschersleben, após a última de seis provas do campeonato de sub-40.
Diogo Almeida, de 40 anos, obteve 225 pontos, mais 13 pontos do que o segundo classificado, numa competição que começou em maio e acabou em outubro, passando por várias zonas do país.
“O campeão mundial de 2006 e 2008, que agora também fez 40 anos, correu na penúltima prova do campeonato sub-40 este ano. A primeira manga ganhei eu, a segunda ganhou ele”, explica, referindo-se a piloto alemão Bernd Hiemer.
Apesar de ser habitual em qualquer prova desportiva escutar-se o hino nacional do respetivo campeão, Diogo Almeida relata, por experiência própria, que “não foi fácil” fazer entoar “A Portuguesa” nos recintos germânicos.
“Eles têm o hino alemão preparado, porque normalmente quem ganha são os alemães. Das primeiras vezes em que ganhava uma corrida, não tinham nem o hino, nem a bandeira portuguesa. Depois, lá arranjaram a bandeira nacional, mesmo sem hino”, descreve o piloto amador.
Este ano, após uma tentativa falhada, “finalmente acertaram” nos símbolos portugueses.
“Este ano, finalmente, lá arranjaram o hino, mas primeiro encontraram uma música que nem eu conhecia. Até que me fui queixar junto da organização e das últimas vezes já acertaram e conseguimos ter o hino e bandeira de Portugal”, conta.
A “paixão” pelo desporto motorizado, recorda, começou “desde muito cedo”, influenciada pelo pai, Luís Almeida, que chegou a competir em ‘karts’ e acompanhava de perto a Fórmula 1.
Apesar de ter tido a sua primeira mota aos 16 anos (uma Yamaha DT50), Diogo Almeida só começou a competir em provas de supermoto em 2011, quando já vivia na Alemanha, para onde se mudou em 2008 por motivos profissionais (antes residiu em Inglaterra e Espanha).
“Em 2011, comprei uma mota de supermoto e comecei a andar na estrada, mas, ao fim de dois ou três meses, notei que não era boa ideia e que era melhor ir para a pista”.
Para o futuro, a intenção do engenheiro mecânico, que trabalha numa multinacional, é aproveitar o “desenvolvimento técnico” que está a acontecer no motociciclismo e competir com um veículo elétrico.
“Estou neste momento em comunicação com o promotor da liga e com a federação alemã de competição motorizada para ver se no próximo ano posso correr com uma mota elétrica no campeonato”, concluiu.