O líder do BE/Açores considerou hoje que a coligação que sustenta o Governo Regional, em vez de resolver os problemas, está a provocar os antigos parceiros para que o próximo orçamento seja chumbado e tentar ganhar eleições.
António Lima disse hoje em conferência de imprensa que perante o “cenário de falhanço da política” do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) “a direita está em desagregação”.
“Já temos, desde há alguns meses, tanto o Chega como a Iniciativa Liberal (IL) em sucessivas tentativas de demarcação, acordos rasgados e críticas sucessivas ao Governo [açoriano] (…) e, agora, temos um dado novo”, afirmou o responsável no final da reunião da Comissão Coordenadora Regional do BE/Açores, que decorreu em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
E prosseguiu: “E esse dado novo é que a coligação e o Governo [Regional] tentam provocar os antigos parceiros, que até há dias eram alvos de grandes elogios no parlamento, para que o próximo orçamento seja chumbado”.
“E para quê? Porque a coligação quer criar um novo facto político nos próximos meses. Um facto político esse que é o chumbo do orçamento. E, tudo isso, para quê? Para fugir às suas responsabilidades, provocando um novo facto político, vitimizando-se, naturalmente, porque essa será a estratégia para dizer que os problemas se devem ao chumbo do orçamento e não à sua política errada, para ter ganhos políticos e voltar a tentar ganhar eleições”, explicou.
Para o líder bloquista nos Açores, a estratégia é “uma fuga para a frente, uma mera jogada tática”.
A atitude revela “um total desprezo pelos problemas das pessoas, pelos problemas graves por que passam os açorianos e [as] açorianas”, e pelos “problemas graves” sentidos ao nível da saúde e da educação.
Na opinião de António Lima, o alegado objetivo estratégico é “fugir” dos problemas e optar pela vitimização, para obtenção de “benefícios eleitorais”.
O BE denunciou a “tática” e disse esperar que o Governo de coligação resolva os problemas existentes em várias áreas e “não empurrasse com a barriga”.
“O Governo tenta encontrar uma saída. Não o assumir de responsabilidades, mas a provocação de eleições antecipadas (…), com o objetivo de resolver o seu problema, que é o risco de perder as eleições e, com isso, tentar ter alguns votos que não teria de outra forma”, reafirmou.
António Lima denunciou tratar-se de uma “estratégia de vitimização, talvez até tentando copiar um pouco o que fez [o socialista] António Costa a nível nacional”.
A reunião da Comissão Coordenadora Regional do BE/Açores, onde foi feita a atual situação política, concluiu que os últimos meses revelaram um conjunto de problemas que “ou foram criados ou agravados pela governação do PSD, do CDS, do PPM, apoiados pelo Chega e pela IL”.
Segundo o partido, para além de problemas na educação e na saúde, “agravaram-se as dificuldades das famílias por via do aumento do custo de vida” e da crise da habitação.
O Governo de coligação “não tem nenhuma solução e as que tem quase que não se podem chamar de paliativos”, disse.