A Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação dos Açores (FAPA) escreveu ao Governo Regional a mostrar preocupação com o arranque do ano letivo, alertando para a falta de pessoal, foi hoje revelado.

Na carta, os encarregados de educação mostram-se “preocupados com a falta de recursos humanos nas diferentes áreas”, com a sua formação e com a manutenção dos edifícios, para que se possa implementar os “projetos educativos numa visão de educação inclusiva acompanhando a era da digitalização”.

A FAPA elogia ainda o trabalho realizado pela “dignificação da carreira” dos docentes e auxiliares, bem como pela “mudança de modelos para uma educação inclusiva”, mas avisa que ainda existe um “longo caminho a percorrer” devido à falta de recursos humanos.

“Mais um ano letivo que começa e, mais uma vez, nos encontramos perante constrangimentos em todas as unidades orgânicas espalhadas pelas nossas ilhas dos Açores, que, se alguns não poderiam ter sido previstos, outros há que com uma gestão antecipada poderiam ter sido evitados”, alertam na missiva dirigida à Secretaria Regional da Educação e Assuntos Culturais e à qual a agência Lusa teve acesso.

Os encarregados de educação expressam uma “grande preocupação” pela falta de professores em “diversas áreas da formação”, considerando que os apoios do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), como as bolsas de mestrado para a formação de professores, “não vão colmatar as dificuldades emergentes nem as futuras”.

A FAPA refere ainda que “os quadros de pessoal docente, além das fragilidades da falta de recursos humanos, apresentam indicadores preocupantes como idades avançadas, o que aumenta sobremaneira um problema que já é, de si, gravoso”.

Na carta, os encarregados de educação salientam ainda a “preocupação acresce” devido aos impactos da covid-19 nas aprendizagens dos alunos e pedem ao Governo Regional para intervir junto do Ministério da Educação tendo em vista a “alteração de critérios para profissionalização” e para encontrar “medidas conjuntas para mitigar a falta de docentes”.

“Disciplinas fundamentais, como o Português, a Matemática, ou a Física e a Química, ou as TIC estão em falta de docentes, para além do 1º. ciclo do Ensino Básico e da Educação Especial, que são já algumas das áreas carentes. Perguntamos como serão estas falhas colmatadas?”, interroga a federação.

Os encarregados de educação do arquipélago também alertam para a falta de auxiliares nas escolas, apesar do “reforço na abertura de concursos”.

“Não podemos perder de vista que uma grande parte dos profissionais dos quadros das escolas dos Açores (cerca de 450) tem idade superior aos 60 anos e que não se lhes pode exigir a mesma motricidade e capacidade de resposta em determinados serviços de segurança e vigilância”, destacam.

Os pais avisam ainda o Governo dos Açores que existe uma “grande necessidade de adaptação dos espaços escolares a ambientes acolhedores e seguros”, uma vez que existem “escolas sem condições de comodidade ou segurança, com falta de instalações sanitárias condignas”.

 

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