O presidente do Governo dos Açores defendeu hoje uma “complementaridade racional e inteligente” entre os setores público e privado na saúde, afirmando que a função do hospital da CUF “não é exaurir os recursos” da região.
“Não posso iludir: as necessidades e as ambições são sempre maiores do que os recursos disponíveis. Daí a oportunidade desta complementaridade ser racional e inteligente. O que nos tem de mover nessa complementaridade – pública, social e privada – é um bem servir”, declarou José Manuel Bolieiro.
O presidente do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) falava hoje na sessão de apresentação do Hospital CUF Açores, no concelho da Lagoa, em São Miguel.
Com a compra do Hospital Internacional dos Açores (inaugurado em 2021), a CUF passou a gerir, desde 24 março, o único hospital privado do arquipélago.
Para Bolieiro, apesar de o executivo açoriano estar a promover um “reforço dos meios” no Serviço Regional de Saúde, a “oferta pública” em saúde deve ter um “complemento da oferta social e privada”.
“O papel da CUF Açores, integrado na rede CUF, não é exaurir os recursos instalados na região. É acrescentar valor e mais recursos humanos, técnicos, científicos e tecnológicos. Sei que não se tratará de uma exaustação da escassez de recursos humanos que temos, mas sim de acrescentar aos Açores mais profissionais”, sublinhou.
O presidente do Governo Regional adiantou que aquela unidade privada vai realizar cirurgias cardíacas, uma oferta que não está disponível no Serviço Regional de Saúde.
“É possível com a capacidade reforçada que a CUF Açores vai garantir termos cirurgia cardíaca nos Açores. O doente não vai ter necessidade da deslocação para fora da sua região. É uma lista de cerca de 120 doentes a quem nós podemos acrescentar essa oferta”, afirmou, prometendo que o serviço vai ser protocolado com a região até “final de outubro”.
O presidente do conselho de administração da CUF destacou que o hospital dos Açores permite estender a rede do grupo para “um espaço fora do continente” português.
“A CUF sempre teve o propósito de estar onde os portugueses precisam da CUF. Julgo que não pode haver melhor exemplo de onde os portugueses precisam da CUF do que os Açores”, salientou Salvador de Mello.
O líder da CUF frisou o “compromisso” do grupo com a “qualidade da assistência de saúde aos açorianos” e reiterou que o hospital não pretende “retirar” meios à região.
“Queremos fazer [este projeto] para acrescentar. Não estamos aqui para retirar nada. Estamos aqui para acrescentar e para que, com a colaboração das instituições de saúde dos Açores, possamos todos prestar melhores serviços”, realçou.
Na apresentação, o presidente da comissão executiva da CUF, Rui Diniz, disse encarar o futuro do hospital dos Açores como “muito promissor”, prometendo uma “resposta abrangente, integrada e adaptada às necessidades de saúde dos açorianos”.
“Acreditamos que a nossa atividade não se pode restringir à prestação de cuidados de saúde, mas alargar-se também a um contributo mais amplo para a sociedade. Queremos sublinhar o nosso compromisso em trabalhar com as instituições públicas, privadas e sociais do arquipélago”, afirmou.
O Hospital CUF Açores conta com cerca de 400 profissionais, 48 gabinetes de consulta e exames, quatro blocos operatórios e mais de 70 camas de internamento, cuidados intensivos e neonatais.