Arqueólogo Diogo Teixeira Dias

O arqueólogo Diogo Teixeira Dias, responsável para reconstrução em ‘3D’ de peças históricas de Vila Franca do Campo, defende a criação de um museu virtual dos Açores, que juntasse coleções de vários museus do arquipélago.

“É um sonho muito alto, mas não é impossível. É algo que podia ser criado. Talvez ancorado na Rede de Museus e Coleções Visitáveis dos Açores, que é uma instituição que já existe. Podíamos refletir sobre um museu virtual dos Açores”, afirma o investigador, em declarações à agência Lusa.

Diogo Teixeira Dias destaca o “potencial científico, turístico e cultural” de um museu virtual que juntasse “várias peças dos museus” do arquipélago e dos “próprios monumentos” das ilhas açorianas.

Lembrando que os Açores estão dispersos numa “área marítima maior do que aquela que vai do Minho ao Algarve”, o arqueólogo enaltece o “património cultural” de cada ilha, mas lamenta que não exista uma “forma de visualizar o património de forma coesa”.

“Há coesão no património nos Açores, mas não temos forma de o visualizar todo junto”, assinala, sugerindo que a estrutura devia incluir “todas as funções que um museu deve ter”, ao nível de educação e investigação.

Diogo Teixeira Dias foi o responsável pela reconstrução virtual dos fortes do Tagarete e Corpo Santo, estruturas históricas desativadas localizadas em Vila Franca do Campo, numa iniciativa da Câmara Municipal.

O arqueólogo criou ainda o Vila 3D, uma plataforma que disponibilizou ‘online’ 34 modelos de edifícios e de peças provenientes do museu municipal e de outras coleções relacionadas com o concelho.

Entre os modelos do Vila 3D está o ilhéu de Vila Franca do Campo, o edifício dos Paços do Concelho, fragmentos de azulejos do século XV, a pia batismal da igreja Matriz do século XVI ou âncoras e canhões que se encontram submergidos na zona do ilhéu.

Para o investigador, a virtualização é um “instrumento complementar” para “valorizar” o património cultural.

“A tecnologia é um meio de valorizar os territórios culturais, não um fim. Nada substitui a experiência real de tocar uma peça ou sentir um lugar”, salienta.

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