A secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, disse hoje que “estão no bom caminho” as negociações do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) com a empresa de aviação Ryanair para a manutenção da base da companhia no arquipélago.

“Neste momento, do nosso lado, as questões estão muito bem encaminhadas, mas há, de facto, ainda situações para resolver com a ANA [Aeroportos de Portugal] Vinci. E são essas que estão pendentes e um acordo só está fechado quando estiver fechado com as três partes”, disse Berta Cabral aos jornalistas, em Ponta Delgada, no final de uma reunião com o executivo da ANA.

De acordo com o Jornal de Negócios, a Ryanair e o Governo dos Açores “ainda não chegaram a um entendimento para a manutenção da base da companhia aérea no arquipélago”.

O CEO da companhia aérea, Eddie Wilson, declarou, na quarta-feira, ao jornal que mantém as negociações, mas como não houve “nenhum desenvolvimento para incentivar” a empresa a ficar, a decisão de sair de Ponta Delgada “está iminente”.

Hoje, a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas lembrou que o acordo com a Ryanair é entre a empresa, a Região Autónoma dos Açores (através da Visit Açores) e a ANA Vinci.

“Neste momento, do nosso lado [Governo Regional], as questões estão muito bem encaminhadas, mas, há, de facto, ainda situações para resolver com a ANA Vinci. E são essas [questões] que estão pendentes e um acordo só está fechado quando estiver fechado com as três partes”, esclareceu.

As três partes estão a negociar e a governante espera que “esteja para breve” um acordo entre as entidades envolvidas, não se pronunciado sobre os detalhes.

Sublinhou que “as negociações estão no bom caminho, mas qualquer negociação só é fechada quando as três partes chegarem a acordo”.

“Aquilo que nós negociámos com a Ryanair está no bom caminho”, afirmou, rejeitando, apesar da insistência dos jornalistas, em avançar com detalhes sobre as negociações em curso, sublinhado que “são entre as três partes”: “Isto é como na Europa. Só está resolvido quando todos estão de acordo. Neste momento, falta o acordo entre duas partes”.

Por parte do Governo Regional dos Açores, Berta Cabral admite que haja um “desfecho favorável” para o processo.

“Espero que também haja um desfecho favorável na publicação rápida da portaria que tem a ver com a fixação da taxa de segurança que, se virem, é essa a questão fundamental que está nos dois artigos que foram publicados ontem [quarta-feira] na imprensa nacional”, acrescentou.

Sobre o assunto, o presidente da ANA, Thierry Ligonnière, disse aos jornalistas que a empresa Ryanair testa rotas e mantém apenas aquelas que lhe dão maior rentabilidade e “utiliza, muitas vezes, uma estratégia de negociação mais agressiva”.

“A Ryanair mantém-se um parceiro importante, com quem gostamos de trabalhar e trabalhamos calmamente para definir as formas de aumentar a conetividade”, disse.

Salientou que as taxas da ANA são publicadas no ‘site’ da empresa e as taxas de Ponta Delgada “são as mais baixas de todos os aeroportos da rede da ANA em Portugal”, mas a Ryanair tem “razão” relativamente à taxa de segurança.

A ANA propôs uma redução de 3,54 euros para 1,80 euros por passageiro, mas para ser aplicada depende “de uma portaria que ainda não foi concretizada” e não da empresa.

Thierry Ligonnière referiu que a ANA está a trabalhar com o Governo da República para que a portaria “seja implementada rapidamente”, por reconhecer que é “o foco principal da problemática” com a Ryanair em todo o país e, em particular, nos Açores.

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