D. Armando Esteves Domingues sublinha discipulado de Maria Madalena e lembra importância das mulheres junto de Jesus e do seu papel no seio da Igreja.
O bispo de Angra presidiu na tarde deste sábado, à Missa da Festa de Santa Maria Madalena, no Pico, que se realiza no contexto do tricentenário do concelho e lembrou todas as mulheres que “de forma humilde e silenciosa” servem na Igreja, na família e na sociedade.
“Que nunca tenham medo de manifestar e expressar o gene feminino na família, na sociedade e na Igreja”, disse o prelado na homilia proferida.
A partir do exemplo de Santa Maria Madalena, a “mulher que no dia da ressurreição ficou à frente de bispos e de presbíteros”, sublinhou a relevância do seu papel quer como testemunha quer como discípula, que deve “servir de modelo a todos nós”.
D. Armando Esteves Domingues recordou “a importância que Jesus quis dar às mulheres”, salientando alguns episódios nos quais lhes confia algumas das revelações mais importantes da Sua pregação, como as Bodas de Canã, a Samaritana, a Mulher Adúltera ou o Domingo de Páscoa quando Maria Madalena é a única que fica junto ao sepulcro porque reconhece Jesus, que a trata pelo nome.
“A Páscoa é esta luz que nos deixa de olhos aberto. Não podemos perder a luz. Maria Madalena foi uma mulher madrugadora; nunca é tarde para sermos como ela e dizermos: eu durmo mas o meu coração vela”, referiu o prelado.
“As pessoas que anunciam Cristo e O dão a conhecer ao mundo são as que o conheceram intimamente e por isso não ficam indiferente aos gritos de dor e são capazes de ressuscitar os corações moribundos, buscar a verdade e vencer o mal com o bem”, disse o prelado.
“É a isso que somos convidados” disse o bispo de Angra.
“Um cristão sem Páscoa é um derrotado de quem se foge pelo cheiro de morte que tresanda” disse enfaticamente.
“Independentemente de sermos homens, mulheres, clérigos ou religiosos temos muito a aprender uns com os outros, a caminharmos juntos”, precisou.
“Precisamos de ouvir quem nos fale de Jesus, que Ele está vivo, está próximo, chama o nosso nome e ressuscita-nos da morte em que muitas situações caímos” disse ainda sublinhando o valor da fé e do amor: “a fé da pernas para andar; o amor dá asas para voar”.
A Festa de Santa Maria Madalena é a primeira grande festa de verão na ilha do Pico e uma das mais emblemáticas das designadas `ilhas do triângulo´, para onde convergem também muitos emigrantes, que nesta altura visitam a ilha montanha.
“Temos a montanha que é uma espécie de cais do Céu; oxalá possamos olhar alto na vida social e comunitária, na família” concluiu o prelado.
Nesta Missa lembrou-se ainda a Jornada Mundial da Juventude em dois momentos: na oração dos fieis e depois no final, quando o bispo, ao agradecer a oferta da paróquia- um corporal e um sanguíneo (Panos usados sobre o altar durante a liturgia eucarística), bordados com o símbolo do Espírito Santo- pediu oração pelos jovens , que na próxima segunda-feira vão subir a Montanha do Pico antes de serem enviados para a Jornada Mundial da Juventude, que se realiza em Lisboa de 1 a 6 de agosto, presidida pelo Papa Francisco.
“Tenhamos presente o exemplo de Maria Madalena que de forma emotiva, no domingo de Páscoa, encontrou o amor do seu coração e nunca mais o perdeu; façamos nós como ela”, afirmou D. Armando Esteves Domingues.
Nesta concelebração, que reuniu vários sacerdotes, o pároco e ouvidor eclesiástico do Pico, padre Marco Martinho, agradeceu a presença do prelado e a disponibilidade das paróquias e dos concelhos vizinhos em participar nesta festa que trouxe às ruas da Madalena do Pico todas as imagens dos padroeiros dos concelhos vizinhos, nomeadamente São Pedro (Lages do Pico) e São Roque (São Roque do Pico).
Este ano, por causa da celebração dos 300 anos do município, a procissão da festa contou com a participação de 10 imagens, com os andores delicadamente ornamentados pelas comunidades paroquiais.
“Este é também um momento para nos lembrarmos de que somos um povo peregrino e nos caminhos da vida não vamos sós , temos os santos padroeiros que intercedem junto do mestre”, disse o padre Marco Martinho.