O PS/Açores pediu hoje a audição do secretário regional do Mar para esclarecimentos sobre as “trapalhadas” em alegadas exceções criadas para a apanha de lapas na região em época de defeso, durante a qual a espécie se reproduz.
O período de defeso das lapas para apanha profissional e lúdica começou em 01 de outubro de 2022 e prolonga-se até 31 de maio.
Num requerimento entregue no parlamento regional, o PS/Açores lamenta as “trapalhadas” protagonizadas pelo secretário do Mar e Pescas “nas exceções criadas para a apanha de lapas nos dias 27 e 28 de maio, em três ilhas da região”.
Segundo o deputado do PS/Açores José Ávila, citado numa nota de imprensa, “a decisão de se permitir a apanha de lapa durante as festividades do Espírito Santo, quando ainda se encontra em época de defeso, resulta de uma ação precipitada e unilateral, que não teve em conta a audição e pronuncia dos parceiros do setor”.
Por isso, o PS/Açores requereu a audição urgente do Governo Regional, assim como das associações representativas do setor e da comunidade científica.
O pedido é formalizado num requerimento entregue na Assembleia Legislativa, onde o grupo parlamentar do PS pede, com caráter de urgência, a audição do secretário regional do Mar e Pescas, da Federação das Pescas, da Associação de Apanhadores de Lapas do Pico e do Centro de Investigação Okeanos da Universidade dos Açores, para “prestarem informações sobre o processo”.
Ainda de acordo com o deputado socialista, em causa está uma “decisão, sem validação científica” e que “resulta de mais um episódio revelador da manifesta incapacidade do secretário do Mar e Pescas em liderar esta pasta governativa”.
“O setor do Mar e das Pescas é de grande importância para o presente e futuro da nossa região, que não pode ser gerido ao sabor da maré e de conveniências pessoais ou partidárias que ponham em causa estes importantes recursos”, defende José Ávila.
Para o deputado, a atuação do governante revela “um comportamento padrão do atual Governo Regional do PSD/CDS-PP/PPM, que conta com o apoio do Chega e IL, que toma decisões sem a devida sustentação, sem ouvir os parceiros, sem visão estratégia, estando mais preocupado em satisfazer interesses e conveniências partidárias imediatistas, sem pensar no futuro dos Açores e na sua sustentabilidade”.