A Iniciativa Liberal na ilha Terceira questionou hoje os motivos para a realização de um estudo prévio de viabilidade da ampliação e remodelação da Aerogare Civil das Lajes e a escolha da empresa a quem foi adjudicado.

“Não haveria na ilha Terceira, ou em qualquer outra ilha da região, empresas de arquitetura capazes e competentes para a realização do estudo que a vice-presidência do Governo Regional adjudicou por ajuste direto? Quais os critérios que justificam a contratação de tal trabalho técnico a uma empresa do continente, cujos trabalhos conhecidos são poucos?”, perguntou o grupo de coordenação da ilha Terceira da IL, em comunicado de imprensa.

Na terça-feira, o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) revelou que tinha sido assinado um contrato para a realização de um estudo prévio de viabilidade da ampliação e remodelação da Aerogare Civil das Lajes, na ilha Terceira, com a empresa Bransolutions – Prestação de Serviços Lda., por 59.500 euros (mais IVA).

Os liberais da ilha Terceira criticaram “o envio para fora da região de valores superiores a 60 mil euros para a realização de estudos cuja designação não é clara”.

“É estranho que o Governo Regional venha anunciar um estudo de viabilidade para uma empreitada que já se sabe há muito como será feita”, apontaram, alegando que “o que está em causa é a ampliação da Aerogare Civil das Lajes para o antigo hangar adjacente” (onde funcionava o antigo terminal de cargas).

Os dirigentes da IL da ilha Terceira revelaram que se reuniram com a direção da aerogare, no final de 2022, e que na altura lhes foi “apresentado o plano de investimentos em curso, os projetos de remodelação dos balcões de check-in e os projetos de ampliação da aerogare”, incluindo um “projeto de reabilitação do antigo hangar, visando a ampliação de espaços de serviços administrativos, novas portas de embarque e de receção de passageiros desembarcados”.

“Vários meses depois é que se faz um estudo de viabilidade sobre todas as decisões que, aparentemente, já estavam tomadas no final do ano passado?”, questionaram.

O grupo de coordenação da ilha Terceira da IL acusou o vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, que tutela a aerogare, de fazer o que “criticava quando estava na oposição”, entregando a “empresas de fora da região” a realização de serviços “importantes para a economia da ilha”.

“Afinal, este governo de coligação PSD/CDS/PPM tem a mesma triste opinião que tinham os governos regionais socialistas: quer uns, quer outros, não confiam na qualidade das empresas, dos gabinetes técnicos e especializados que existem nos Açores”, criticou, exigindo “respostas claras e esclarecimentos cabais” sobre a contratação do estudo.

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