O PAN/Açores alertou hoje para o alegado cancelamento de alguns exames complementares de diagnóstico devido à “inoperacionalidade ou incapacidade” dos aparelhos TAC no hospital de Ponta Delgada, o maior da região.
“Vários têm sido os relatos de utentes com doença oncológica que se encontram a aguardar há vários meses a realização de exames complementares de diagnóstico e tratamento e alguns exames foram mesmo cancelados”, aponta o partido, num comunicado de imprensa.
Em causa, segundo o PAN/Açores, que dirigiu um requerimento ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), estão exames para utentes com doença oncológica que aguardam “há vários meses” a realização de exames complementares de diagnóstico e tratamento”, sendo que “alguns exames foram mesmo cancelados”.
Segundo o partido, a questão está relacionada com o “funcionamento dos aparelhos TAC no hospital de Ponta Delgada”, na ilha de São Miguel, que está, alegadamente, a impedir que doentes oncológicos possam recorrer a este meio de diagnóstico complementar.
“A Tomografia Computorizada é determinante para estudar vários órgãos e para o diagnóstico de um conjunto de patologias, com especial enfoque na identificação de tumores. A TAC é fundamental para o rastreio e acompanhamento do cancro do pulmão, permitindo determinar o tamanho e a localização do tumor, neste órgão”, sublinha o PAN.
O deputado único do PAN no parlamento dos Açores, Pedro Neves, refere que “a alta incidência de cancro de pulmão” na região e a “elevada taxa de mortalidade provocada por esta neoplasia, impõe uma resposta concertada e eficaz dos serviços de saúde, nas várias fases de prevenção e tratamento da doença”.
O partido lembra que em outubro apresentou uma iniciativa que propõe a implementação um rastreio do cancro no pulmão, junto da população de alto risco e o agravamento tributário sobre o tabaco, tendo o executivo regional dado já um sinal positivo com o anúncio de um projecto-piloto de rastreio ao cancro do pulmão, com início em 2024.
Para o parlamentar do PAN/Açores, citado no comunicado de imprensa, não é aceitável que “doentes oncológicos estejam à espera de realizar uma TAC há mais de oitos meses e que o seu tratamento fique em suspenso devido à incapacidade do hospital garantir a utilização deste meio de diagnóstico complementar”.
No requerimento, o partido quer saber as justificativas do Governo Regional sobre “os constrangimentos na articulação com a Clínica de Radioncologia, a inoperacionalidade ou incapacidade dos aparelhos TAC” no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, e as alternativas que a tutela procura implementar para “sanar este problema que afeta vários utentes, em especial os doentes oncológicos”.