A greve dos trabalhadores dos matadouros públicos dos Açores, que se iniciou hoje, está a registar “uma forte adesão”, impedindo abates em São Miguel, Terceira, Pico e Santa Maria, revelou à agência Lusa o sindicato do setor.
“Tudo indica que a adesão é muito forte a esta greve, como não podia deixar de ser”, disse João Decq Mota do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA).
Segundo o sindicalista, “o matadouro de São Miguel está parado, assim como o da Terceira, o de Santa Maria, e no matadouro do Pico não estão a ser realizados abates”, enquanto nos restantes matadouros “também se registam adesões à greve”.
João Decq Mota adiantou ainda à Lusa que esta manhã houve “uma grande concentração de trabalhadores à porta do matadouro de São Miguel e na Terceira, na Praia da Vitória.
Os trabalhadores dos matadouros públicos dos Açores iniciaram hoje uma paralisação, que se estende até sexta-feira, reivindicando “a integração nas carreiras especiais que detinham até 2008”.
João Decq Mota disse que existem nos Açores 317 trabalhadores nos matadouros públicos, dispersos pelas nove ilhas, mas “grande parte” destes funcionários estão concentrados nas instalações localizadas “em São Miguel e Terceira”.
“Os matadouros mais fortes da região, aqueles que têm a ver com a exportação, estão paralisados, devido à greve, o caso de São Miguel, da Terceira e o do Pico”, sustentou o sindicalista.
De acordo com o sindicato, os trabalhadores dos matadouros exigem “a integração nas carreiras especiais que detinham até 2008”, depois de já terem apresentado, em 2022, uma proposta neste sentido à secretaria regional da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, mas “sem qualquer resposta”.
“Estamos a registar uma grande adesão como não poderia deixar de ser e a responsabilidade recai sobre o Governo que poderia ter evitado esta greve”, apontou.
João Decq Mota sustentou ainda estar “em causa uma promessa do Governo Regional de negociar uma carreira especial para os trabalhadores dos matadouros”.
“O Governo vem agora dizer que esta é matéria exclusiva da Assembleia da República. Sabemos que sim, mas nada impede a negociação de uma ante proposta de lei para posterior envio à Assembleia da República e teria muito mais força, porque teria o acordo prévio do Governo Regional e dos trabalhadores”, vincou.