A cidade de Angra do Heroísmo, nos Açores, acolhe de quinta-feira a domingo o City Plus Fest, um festival intercultural de artes, que conta com a participação de duas dezenas de artistas de Portugal, Cabo Verde, Tenerife e Senegal.

Pieter e Ewout Adriaans, Fran de Miguel, Myrica Faya, Boni Ofogo, Williams Nascimento, Nelson Makossa e Batoto Yetu são alguns dos nomes que integram o cartaz, que para além da música terá contos, pintura, gastronomia e artesanato.

O cartaz inclui artistas residentes nos Açores, de várias origens, mas também vindos de Portugal continental e de Cabo Verde, Tenerife e Senegal, parceiros dos Açores no programa INTERREG MAC 2014-2020.

A decorrer em três espaços da cidade, o Green Café, a Casa do Sal e o Museu de Angra do Heroísmo, o programa, apresentado hoje, inclui ‘workshops’ de danças africanas, de precursão e de máscaras africanas, ‘showcookings’ de comida japonesa e de bolachas do mundo ou a criação de murais interculturais, entre outras atividades.

Haverá ainda uma feira de artesanato com oito artesãos locais e cinco espaços gastronómicos, com ofertas de diferentes zonas do mundo.

A iniciativa é organizada pela Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), pela direção regional das Comunidades dos Açores, pela associação cultural Oficina d’ Angra e pelo Museu de Angra do Heroísmo.

Orçado em cerca de 30 mil euros, o festival é comparticipado em 85% pelo programa europeu INTERREG MAC 2014-2020, sendo o restante montante assegurado pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.

“É mais um evento que nós consideramos extremamente importante, sobretudo nesta fase inicial do verão, para começar a dinamizar a cidade, numa altura em que já temos bastantes turistas. Tem esta particularidade de ser bom para os residentes, mas também de ser uma forma de dinamizar culturalmente a cidade, no início desta fase mais alta do turismo”, afirmou o vice-presidente da autarquia, Guido Teles.

Para Davide Lopes, da direção regional das Comunidades, o festival “vai ser um espaço de celebração da interculturalidade”.

“Essa é uma das principais missões e áreas de intervenção da direção regional das Comunidades, ou seja, promover o contacto, a interação e a convivência com outras culturas nos Açores”, frisou.

Atualmente, residem na região “cerca de 4.500 cidadãos estrangeiros, de cerca de 100 nacionalidades diferentes”.

O presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo, Marcos Couto, desafiou outros municípios a seguirem o exemplo da autarquia de Angra do Heroísmo no apoio de iniciativas do género.

Para o presidente da associação empresarial, o evento é uma prova de que “mais do que ao serviço dos empresários” a entidade está “ao serviço da sociedade”.

Questionado sobre a possibilidade de realização de uma segunda edição, tendo em conta que o programa que o financiou terminou em 2020, Marcos Couto disse que há essa intenção, “se existir possibilidade”, mas ainda não há financiamento garantido.

“Gostaríamos de continuar, estamos à espera que saiam as linhas definitivas do programa. Sabemos que há uma alteração significativa ao nível das diretrizes da comunidade europeia para este tipo de eventos e para outros”, explicou.

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