A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, destacou hoje a importância dos Açores para o Centro do Atlântico, rede que integra 21 países, e para a projeção externa de Portugal.

“Os Açores têm para o Atlantic Centre [Centro do Atlântico] uma importância enorme. É o lugar onde pretendemos desenvolver o próprio Centro do Atlântico, mas é, de facto, um lugar que tem uma importância estratégica crescente no mundo, porque a sua posição no Atlântico lhe confere essa relevância”, afirmou Helena Carreiras, em declarações aos jornalistas.

A ministra da Defesa Nacional falava, na base das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores, à margem da sessão de encerramento da III edição do curso de segurança marítima, organizado pelo Centro do Atlântico e pelo Instituto da Defesa Nacional, este ano com o tema “Desafios digitais e tecnológicos no setor marítimo”.

Oficializado em 2021, por iniciativa do Governo português, o Centro do Atlântico, conta atualmente com 21 países signatários, de Europa, África e América, visando “reforçar o diálogo político, a investigação, a produção de conhecimento e a capacitação para a segurança no Atlântico”.

Para Helena Carreiras, os Açores são um “elemento fundamental do centro, mas também um elemento fundamental para a posição externa de Portugal e para a sua projeção”.

Questionada sobre o facto de o comandante norte-americano na base das Lajes ter admitido recentemente um reforço de meios na infraestrutura, a ministra defendeu que era um “indicador da relevância estratégica dos Açores e da Base das Lajes, num quadro mais amplo”.

Helena Carreiras destacou o papel do Centro do Atlântico no diagnóstico de problemas e ameaças e na procura de soluções para “reforçar a segurança” no Atlântico.

“Cada vez mais compreendemos que os desafios que enfrentamos noutros lugares, como agora na Europa, não podem desligar-se daqueles que enfrentamos também aqui no Atlântico e noutras regiões do mundo, designadamente em África, e tivemos aqui hoje muitos parceiros africanos”, salientou.

O Centro do Atlântico terá sede na ilha Terceira, nos Açores, na antiga unidade de saúde da base das Lajes, que foi utilizada pela Força Aérea norte-americana e ficou desocupada aquando da redução militar que ocorreu a partir de 2015.

Em 2021, o então ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, anunciou um investimento de cerca de três milhões de euros na recuperação do edifício.

Questionada sobre esse projeto, Helena Carreiras disse que ainda não há uma data para o arranque das obras.

“Tivemos de reconhecer algumas dificuldades relativamente à situação económica que vivemos e ao aumento de preços. É algo que temos no nosso horizonte e que continuaremos a ponderar”, apontou.

A III edição do curso de segurança marítima, que juntou participantes de vários países na base das Lajes, durante quatro dias, ​​​​​​foi organizada em parceria com a Guarda Costeira do Canadá, o Instituto Marítimo do Golfo da Guiné, em Accra, o Policy Center for the New South, em Rabat, o Institute for Security Studies, em Pretória, e o United Nations Institute for Training and Research.

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