Os Açores podem contribuir para a segurança no Atlântico, não só através da sua dimensão marítima, mas também espacial, defendeu hoje o subsecretário regional da Presidência, Pedro Faria e Castro.

“O Atlantic Centre [Centro do Atlântico] não pode esquecer esta nova vertente que é o espaço, não só a dimensão marítima, mas também a dimensão espacial”, afirmou, em declarações aos jornalistas, à margem da sessão de encerramento da III edição do curso de segurança marítima, organizado pelo Centro do Atlântico e pelo Instituto da Defesa Nacional, que decorreu na base das Lajes, na ilha Terceira.

Oficializado em 2021, por iniciativa do Governo português, o Centro do Atlântico, conta atualmente com 21 países signatários, de Europa, África e América, e terá sede na ilha Terceira.

Para Pedro Faria e Castro, a segurança do Atlântico, “tem uma face mais visível” no mar e os Açores têm a maior zona económica exclusiva da União Europeia, mas “há uma nova dimensão, cada vez mais importante, que é o espaço”, em que a região também pode ter um papel relevante.

“Há até já uma economia do espaço e nós estamos a acompanhar isso com o maior interesse, tendo em conta as nossas capacidades para esse novo setor de incidência económica e social”, apontou, acrescentando que o espaço também pode ter uma “dimensão de segurança”.

Pedro Faria e Castro sublinhou a importância da participação dos Açores no Centro do Atlântico, acrescentando que o desenvolvimento do arquipélago se faz “com parcerias”, com os “vizinhos” do Atlântico.

“É nesta parceria que temos de fazer com todos os nossos vizinhos, que temos conseguimos alavancar o nosso desenvolvimento social, económico e também a nossa segurança. Temos a perfeita perceção da importância da nossa segurança no meio do Atlântico, muito mais nos tempos que decorrem”, frisou.

A III edição do curso de segurança marítima, que juntou participantes de vários países na base das Lajes, durante quatro dias, teve como tema “Desafios digitais e tecnológicos no setor marítimo”.

​​​​​​Foi organizada em parceria com a Guarda Costeira do Canadá, o Instituto Marítimo do Golfo da Guiné, em Accra, o Policy Center for the New South, em Rabat (Marrocos), o Institute for Security Studies, em Pretória (África do Sul), e o United Nations Institute for Training and Research.

Em dezembro, o subsecretário regional da Presidência garantiu, no parlamento açoriano, que o projeto de construção de um porto espacial na ilha de Santa Maria avançaria em 2023, revelando que o concurso e o caderno de encargos estavam a ser reformulados.

Desde 2019 que estava prevista a construção de um porto espacial para lançamento de pequenos satélites em Santa Maria.

O concurso público chegou a ser lançado, mas as duas propostas que chegaram à fase final do procedimento foram excluídas pelo júri e um dos consórcios impugnou a decisão em tribunal.

A Estratégia dos Açores para o Espaço, aprovada em 2022, prevê o lançamento de voos suborbitais (voos espaciais que atingem o espaço, mas que cruzam a atmosfera sem perfazer a órbita completa do planeta), a partir de outubro de 2023.

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