O PS/Açores alertou hoje que a dívida a fornecedores dos três hospitais da região no terceiro trimestre de 2022 “atingiu os 121 milhões de euros, ultrapassando em 5,5 milhões de euros o valor registado em 2021”.

Num comunicado em que reage aos números avançados na terça-feira pela secretária regional da Saúde sobre a herança de dívida a fornecedores deixada pelo PS em 2020, o grupo parlamentar socialista na Assembleia Regional alerta que falta “ainda apurar o 4.º trimestre de 2022”, lamentando “a enorme degradação das contas que se verifica atualmente” naquelas unidades hospitalares.

“Com referência ao terceiro trimestre de 2022, os resultados líquidos do conjunto destes três hospitais são negativos representando uma degradação de 13,6 milhões de euros em relação ao período homólogo de 2021 e de cerca de 15 milhões de euros em relação a 2020”, dizem os socialistas.

De acordo com o PS, “este agravamento é ainda mais acentuado quando se analisa o passivo total que, no terceiro trimestre de 2022, ultrapassou os 170 milhões de euros, aumentando em mais de 20 milhões de euros em relação a 2021”.

“A secretária Regional da Saúde e Desporto não esconde a redução no Orçamento para 2023, de cerca de cinco milhões de euros, face a 2022, para os três hospitais da região, redução essa que contribui, certamente, para agravar a situação da dívida a fornecedores”, salientam.

Quanto à dívida de 2020, o PS lembra ter sido “o ano do maior impacto da pandemia de covid-19” e durante o qual “foram realizadas despesas que vieram a ser comparticipadas por fundos comunitários apenas recebidos em 2021, o que contribuiu, de forma inegável, para o decréscimo da dívida a fornecedores verificado em 2021”.

O Governo dos Açores teve uma dívida a fornecedores no setor da Saúde de 145 milhões de euros no fim de 2020, relativa aos três hospitais e unidades de saúde da região, esclareceu na terça-feira a tutela.

“Durante a sessão de plenário da Assembleia Regional dos Açores, a secretária Regional, Mónica Seidi, ao apontar o número de 145 milhões de euros à data de 31 de dezembro de 2020 como dívida aos fornecedores da área da saúde da região, referia-se ao conjunto dos três hospitais açorianos e unidades de Saúde, e não a dívida do Hospital do Divino Espírito Santo [HDES] em particular”, indicou a secretaria regional da Saúde e Desporto num comunicado.

“Em 2021 e 2022, o HDES já pagou cerca de 16 milhões de euros a fornecedores”, disse a secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, durante uma sessão de perguntas no parlamento regional, reunido na Horta, admitindo que “há ainda um caminho a percorrer”, no sentido da regularização da dívida.

A governante, que integra o executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM, que tomou posse no fim de 2020, acrescentou que a herança deixada pelo anterior governo socialista era de “145 milhões de euros”, em 31 de dezembro de 2020.

A informação surgiu no parlamento regional a propósito de uma questão levantada por Nuno Barata, deputado da Iniciativa Liberal, no âmbito de uma sessão de perguntas sobre os problemas verificados em São Miguel, a maior ilha dos Açores.

O parlamentar questionou a secretária da Saúde sobre o “prazo de atraso nas faturas do HDES em relação a fornecedores?”, alertando que há empresários a indicar ter “desde 2020, faturas atrasadas”, ainda por pagar.

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